A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) volta a estar no centro de uma polêmica, desta feita referente ao processo de escolha das novas equipes para o Mundial de Fórmula 1 de 2010, com algumas das equipes preteridas a revelarem que a FIA deu prioridade às formações com ligação à Cosworth.
Depois da N.Technology ter criticado o processo de escolha da FIA durante o GP da Inglaterra, o jornal britânico ‘Daily Telegraph’ cita alguns dos diretores das equipes preteridas que acusam a FIA de escolher as equipes em prol de acordos com a Cosworth, frisando que essa era uma condição essencial para a FIA.
Isto porque algumas das equipes, como era o caso, por exemplo, da Prodrive ou da Lola, pretendiam ligar-se a um dos atuais construtores presentes na F1, sendo que isso acabou funcionando como entrave à sua entrada na modalidade.
“Disseram-nos que se quiséssemos fazer parte do Mundial de 2010 deveríamos assinar um contrato de três anos com a Cosworth”, refere um dos membros de uma equipe não escolhida, sendo secundado por outro, de outra equipe, que respondeu ao jornal através de uma carta, na qual revela que “tínhamos uma possibilidade real de contar com motor Renault, Mercedes ou Ferrari, mas tornou-se claro para mim que era obrigatório pelos ‘poderes superiores’ que a Cosworth fosse a fornecedora de motores”.
Um porta-voz da FIA admitiu que os motores independentes eram uma “prioridade para as novas equipes, já que o pelotão corria o risco de estar dependente da indústria automóvel e nenhuma nova equipe poderia entrar sem a permissão desta última”. Recorde-se que, nesta altura, a FIA estava em pé de guerra com as oito formações que compunham a Associação das Equipes de Fórmula 1 (FOTA), sendo que cinco delas eram construtores.
Por sua vez, a Cosworth salientou que “de nenhuma forma pediu à FIA que fizesse exigências em seu nome às potenciais novas equipes do Mundial de Fórmula 1 de 2010”.