É possível dizer que Zezinho Muggiati começou a temporada 2023 da Stock Series ‘mordido’. No ano passado, o curitibano esteve sempre entre os candidatos ao título e lutou pela taça até a última prova, mas sofreu um duro revés ao ver o então companheiro de equipe W2 Racing ProGP, Vitor Baptista, confirmar a conquista na corrida final, em Interlagos. Em abril deste ano e no mesmo autódromo paulistano, Zezinho ‘quebrou a banca’ e gabaritou ao marcar duas poles e as três vitórias da etapa inaugural.
Muggiati provou suas credenciais de candidato ao título e também ao superprêmio oferecido pelo Grupo Veloci, proprietário da Vicar Promoções Desportivas: o equivalente a R$ 2,5 milhões para bancar o orçamento para o campeão da Series subir para a Stock Car na temporada 2024.
Nas etapas seguintes, Zezinho Muggiati marcou um pódio com o segundo lugar na Corrida 2 de Tarumã e emendou três terceiras colocações nas provas que compuseram a rodada de Cascavel, em junho. A primeira metade do campeonato terminou com Gabriel Robe (Garra Racing) na frente e o paranaense em segundo lugar.
“Está sendo uma temporada muito boa e regular, sempre muito rápido. Infelizmente, tem o lastro de sucesso. E em pistas como Tarumã e Cascavel, abrasivas no desgaste de pneus, os 30 kg a mais no carro acabaram por nos prejudicar muito. Em Cascavel, por exemplo, estava ganhando a Corrida 3, mas enfrentei muito desgaste nos pneus e não consegui segurar os pilotos — Mathias de Valle e Felipe Barrichello Bartz — que vinham atrás, o que me custou pontos valiosos, que podem fazer falta no fim do campeonato”, disse o dono do carro #38.
“Mas vem sendo um campeonato muito regular, com Robe e eu disputando ponto a ponto. Interlagos foi a chave para começarmos muito bem a temporada, com três vitórias, e estou animado para o que está por vir. Ano passado vencemos no Velopark, onde será a próxima etapa do campeonato, e tem Interlagos novamente para fechar o ano. Acredito que o campeonato vai virar para o nosso lado, sobretudo por termos um pouco menos que os 30 kg de lastro, e temos tudo para buscarmos o título”, declarou Muggiati.
A chave para realização do sonho — Zezinho marcou sete pódios em nove corridas disputadas, ficando fora do top-3 somente nas Corridas 1 e 3 de Tarumã. Em um campeonato muito acirrado, com vários ‘players’ em evidência, o jovem entende que é fundamental estar sempre em uma boa condição de pontuação, principalmente por saber que é muito difícil repetir uma campanha como a da abertura do campeonato.
“A oscilação existe e é normal: quando você vence três corridas e marca duas poles em uma mesma etapa, então esse desempenho dificilmente vai se repetir em outra rodada. Claro, a ideia é sempre repetir os resultados alcançados em Interlagos. Mas, quando não for possível, o objetivo será pontuar o máximo possível: em Cascavel, por exemplo, fizemos três terceiros lugares, o que é muito bom na Stock, ser regular o máximo possível. A partir de agora, com o campeonato afunilando, é começar a marcar os adversários mais próximos e pensar não só em vencer corridas, mas chegar à frente deles e pontuar bem”, afirmou.
Ciente que só foi percorrido metade do caminho e que a briga não está restrita somente a ele e Gabriel Robe, Muggiati também exaltou o trabalho dos ‘rookies’, pilotos estreantes nesta temporada. São oito os novatos em 2023. Entre eles, destaque maior para Mathias de Valle — dono de duas vitórias —, Arthur Gama e Felipe Barrichello Bartz, os três entre os seis melhores colocados na tabela de pontos. Mathias e ‘Pipe’ Bartz são companheiros de equipe de Zezinho na W2 Racing ProGP.
“Estamos apenas na metade do campeonato, e acredito que os cinco primeiros têm chances de ser campeão. Detalhe é que os ‘rookies’ estão evoluindo muito, a cada etapa. Tenho quatro companheiros de equipe estreantes, e a cada treino, a cada corrida eles evoluem mais, chegam perto. O Mathias de Valle, por exemplo, já venceu duas provas nesse ano. Claro que foram Corridas 3, com grid invertido, um pouco mais bagunçada com desgaste de pneus e inversão de grid, mas ele está sempre lá, sempre brigando e no mesmo segundo que nós, pilotos experientes na categoria”, destacou.
“Temos pela frente mais nove corridas, e o campeonato é jogado. Então, quem souber usar a cabeça agora, não bater e conseguir completar as corridas pontuando bem, vai chegar com chances de título na etapa final”, continuou Zezinho.
Por fim, Muggiati falou com brilho nos olhos sobre o grande objetivo da carreira e a dedicação com a qual trabalha para poder chegar ao Olimpo do automobilismo nacional e se colocar no grid ao lado de ícones das pistas.
“A Stock Car Pro Series é um sonho da minha vida. Tinha a ambição de andar na Stock Pro nesse ano, mas infelizmente não foi possível, e vislumbrei esse prêmio para ficar na Series. Agora é ir com tudo para tentar esse título. Quem for campeão, e espero que seja eu, vai ter no ano que vem a chance de disputar com muitas feras do automobilismo mundial — a Stock Car é uma das categorias mais disputadas do mundo. Estou muito animado para seguir nessa batalha, me dedicando a cada dia. Claro que, no fim, tem de ter competência e saber pontuar, usar bem a cabeça. Mas, se Deus quiser, com sorte e competência vamos chegar no final para levantar a taça”, concluiu.
