Além das brigas pela vitória na pista, envolvendo pilotos e marcas (Chevrolet S10, Ford Ranger e Dodge Dakota), a temporada 2004 da Copa Petrobras Pick-up Racing tem sido palco de um grande duelo tecnológico. Quem acompanha a categoria está vivenciando uma disputa muito acirrada entre os fabricantes de kits de conversão para gás natural veicular (GNV) – combustível utilizado de maneira inédita no mundo, desde 2002.
Esta foi uma das principais novidades introduzidas no regulamento da competição em 2004. Até o ano passado, todos os pilotos utilizavam o mesmo kit, fabricado pela BRC. Agora, é possível escolher entre as marcas homologadas pela Copa Petrobras Pick-up Racing.
A novidade atraiu atenção de grandes empresas do ramo e hoje a categoria fornece cinco opções diferentes aos pilotos. Além da BRC, estão homologadas no regulamento também as multinacionais Landyrenzo, Oyrsa e Galileo, além da Rodagás, única empresa totalmente brasileira participando da disputa.
Após três etapas realizadas, o equilíbrio é intenso. A liderança é da Rodagás, que soma 30 pontos, seguida pela BRC e Landyrenzo, empatadas com 28. A competição entre kits não segue o mesmo padrão do campeonato de pilotos, no qual os dez primeiros colocados marcam pontos. Entre os kits pontuam apenas os cinco primeiros colocados. O vencedor ganha 10 pontos, o segundo colocado 8, e os seguintes 6, 4 e 2, respectivamente.
A disputa terá seqüência neste mês, durante as etapas do Nordeste da Copa Petrobras Pick-up Racing. Primeiro, a categoria desembarca na capital do agreste nordestino, Caruaru (PE), no dia 15 de agosto, para a realização do Grande Prêmio Copergás. Depois, o circo da categoria segue para Fortaleza (CE), onde realiza o Grande Prêmio Cegás, válido pela 5ª etapa da temporada, no dia 22 de agosto.
Os ingressos para as provas estarão sendo vendidos nos postos BR credenciados de Recife, Caruaru e Fortaleza, a partir do dia 9 de agosto. A Pick-up Racing conta com o apoio da Petrobras, CBA, Cilindros Mat, Pirelli e Binno.
Desenvolvendo novas tecnologias
Se a briga entre os kits é dentro da pista, o grande vencedor está fora dela. “A Copa Petrobrás Pick-up Racing se transformou num grande laboratório. Os kits desenvolvidos nas provas estarão futuramente nas lojas, ao alcance do consumidor comum”, avalia o promotor do Campeonato, Gue Marques.
Desde a entrada do GNV na categoria, vários mitos relacionados ao uso do combustível estão sendo derrubados. “Acidentes sem risco para os pilotos, corridas com média horária alta, índice pequeno de quebra nos motores e recordes de tempo, superando os motores à gasolina, são apenas alguns dos fatores que demonstram a alta qualidade do combustível”, destaca o gerente de tecnologia do gás natural da Petrobras, Antônio Luiz Fernandes dos Santos.
Todos esses resultados positivos alcançados nas pistas já estão chamando atenção das montadoras. Vários testes estão sendo realizados para que futuramente os carros saiam das fábricas movidos a gás natural.
A Bosch já possuí um protótipo e a Volkswagen prepara uma versão tricombustível do Polo 1.6, versão sedan. “A Petrobras está desenvolvendo um trabalho com as montadoras para que essa tecnologia já esteja presente não apenas nos veículos leves, mas também nos de carga e ônibus”, afirma Antônio Luiz.
Uma dificuldade encontrada é o espaço ocupado pelo cilindro que abriga o GNV. Para solucionar esse problema a Rede Gás Energia da Petrobras e as empresas fabricantes estão desenvolvendo projetos de cilindros em formatos diferentes. O Brasil é o país com a maior frota do mundo de veículos movidos a GNV, com mais 700 mil veículos.