Monomarca até quando?

Neste final de semana (29/04 a 01/05), em Interlagos (SP), o Campeonato Brasileiro de Stock Car V8 escreverá talvez uma das páginas mais importantes de sua história. Após ter conquistado e perdido o apoio da GM e ter competido até com modelos protótipos, neste ano a categoria contará, pela primeira vez, com o apoio de duas montadoras: GM e Mitsubishi, com os modelos Astra e Lancer, respectivamente.

Porém, a categoria de acesso para a divisão principal, a Stock Car Light, continuará monomarca, competindo com os mesmos Astra da V8, mas com a potência do motor reduzida em 100 cavalos e algumas diferenças técnicas em relação à categoria principal. Segundo Paulo Salustiano (Nicoboco/Sawary/TAM), que é um dos favoritos para o título deste ano, seria interessante se a Light também contasse com o apoio de mais montadoras. “Seria muito bacana se a Stock Light fosse multimarca. Porém, ela não poderia fugir do seu princípio ‘light’, que são os baixos custos e a alta competitividade”, declarou o piloto, que já possui três vitórias na categoria desde sua estréia, na metade da temporada de 2004.

Para o piloto Nicoboco/Sawary/TAM, se a Stock Light fosse multimarca, a visibilidade do certame aumentaria bastante, porém no quesito pilotagem não mudaria nada, já que apenas o “casco” dos carros seria estilizado de acordo com o modelo escolhido. Mecanicamente, todos os carros são iguais, inclusive com o mesmo motor, preparado pela ZF. “Com envolvimento de mais fábricas, a categoria teria muito mais exposição e visibilidade na mídia, pois haveria mais divulgação, torcida, patrocínios, pilotos envolvidos com outras marcas, etc. E seria ainda mais parecida com a Stock V8. Na pista não mudaria muita coisa, mas seria bastante interessante. Quem sabe um dia isso aconteça?”, questiona o piloto da M4T Motorsport.

Em relação à temporada, a única crítica de Salustiano diz respeito ao calendário da Light, que se restringe ao eixo Rio de Janeiro (RJ, duas corridas)-São Paulo (SP, três corridas)-Curitiba (PR, duas corridas), com exceções feitas apenas a Brasília (DF) e Santa Cruz do Sul (RS) e três corridas a menos em relação à V8, em Goiânia (GO), Londrina (PR) e Tarumã (RS). “Acho que a Light devia acompanhar a V8 em todas as provas, justamente para o piloto fazer a preliminar de todas as etapas, conhecer a pista, acertar o carro e ter um certo parâmetro. Quem está começando ou se preparando para se graduar precisa andar bastante. Mesmo que tenhamos que contornar de alguma forma o pouco número de boxes em alguns autódromos. Aliás, lá nos Estados Unidos todos usam tendas”, finalizou o paulistano, que também compete no Campeonato Brasileiro de Fórmula Renault, onde é o vice-lider, com a mesma equipe M4T Motorsport.



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