Com o quinto lugar na 18a, última e tumultuada etapa da Stock Car V8 Light, disputada neste domingo, em Interlagos, com safety car na pista por três vezes, na maior parte dos 30 minutos da prova, Daniel Landi terminou em terceiro lugar no campeonato, com 234 pontos. Reck Júnior é o vice-campeão, com 244 pontos.
“Foi uma corrida complicada. A pista estava difícil. Muita úmida, com alguns pontos bem escorregadios, todo mundo com pneus para piso seco, e muita gente sem cautela, querendo resolver tudo nas primeiras voltas, provocando muitos acidentes. O meu carro estava arisco. Larguei em 14o, fui para 11o antes da primeira curva, fiz outras ultrapassagens até chegar à quinta posição, e não houve tempo de corrida real para tentar mais nada”, resume Daniel Landi (Ituran /Avenir / DGABC /Peugeot Finance /Primeiramão /UCR Rolamentos).
A diferença de dez pontos entre Landi e Reck Júnior no campeonato é exatamente o valor do descarte do qual Reck Júnior se livrou ao abandonar pela metade a prova deste domingo, depois de rodar e bater na curva da Junção. Com isso, ele não pontuou e reduziu seu descarte de 22 para 12 pontos. Todos os pilotos descartam obrigatoriamente seus quatro piores resultados.
Com o abandono, Reck Júnior passou a descartar um zero no lugar de dez pontos. Daniel Landi, que estava em terceiro lugar, descartou nove pontos e ficou com 225. Reck Júnior descartou 12 e ficou com 232 pontos. Fábio Carreira ficou em quarto lugar, com 221 pontos, após descartar 12. Diogo Pachenki, o campeão da Stock Light, também descartou 12 pontos e ficou com 306.
A última foi a pior rodada dupla da temporada para Daniel Landi, que, em 18 corridas, subiu ao pódio sete vezes, duas em terceiro e cinco em segundo lugar. Os problemas com seu carro começaram nos treinos livres da sexta-feira: as marchas não entravam, a embreagem escorregava e o freio falhava. No terceiro treino livre, sábado pela manhã, as coisas melhoraram um pouco.
Mas, na tomada de tempos para o grid da corrida de sábado, com pneus novos, o carro se comportou pior ainda. E depois da batida na prova, deu trabalho aos mecânicos da Carreira Motorsport até as quatro horas da madrugada de domingo. Foi preciso trocar caixa de direção, radiador, barra estabilizadora dianteira, semi-eixo traseiro, parte da carenagem e rodas.
“Falta de sorte faz parte da profissão piloto. Nem todas as corridas são como a gente quer. Ninguém corre sozinho. E as circunstâncias são determinantes. Mas não posso reclamar. Tive uma excelente temporada de estréia em corridas de Turismo. Estou muito satisfeito com meu resultado de 2004”, afirma Landi.
A vitória da 18a etapa da Stock Car V8 Light coube a Paulo Salustiano, que ultrapassou Fábio Carreira na última curva antes da bandeirada final das 13 voltas, das quais a maioria foi realizada sob bandeira amarela, dados os vários acidentes da prova de meia-hora.
Na 17a etapa, no sábado, venceu Diogo Pachenki, com Fábio Carreira em segundo lugar, e Paulo Salustiano em terceiro. Daniel Landi largou em oitavo, fez a primeira curva em terceiro, e abandonou após tomar um toque de Reck Júnior no Esse do Senna e bater no guard-rail, a três voltas do fim da corrida.
“Era a segunda volta após a relargada. Tinha óleo na pista. Eu freei por dentro no Esse do Senna. Meu carro escorregou. Fui um pouco na sujeira. Retomei a tangência na segunda perna do Esse. Não vi o carro do Reck Júnior. Ele me tocou. Meu carro saiu do chão. Bati de frente e de traseira no guard-rail. Eu estava por dentro, a próxima curva era para a direita e ele forçou a barra num ponto impossível de ultrapassar”, explica o piloto. “Foi uma pena.”
Daniel Landi pautou sua temporada pela cautela, envolvendo-se em pequeno número de rodadas e acidentes. Foram dois em 18 provas. Este da 17a etapa em Interlagos e um em Brasília, onde ele e Diogo Pachenki se tocaram e bateram. “Eu não o vi chegando porque o retrovisor do meu carro havia sido fechado por outros na largada”, lembra o piloto. Em Londrina, Landi deu uma rodada na terra porque tomou um toque na traseira do José Bonifácio, que tinha acabado de ultrapassar.
“Este foi um bom ano na minha carreira. Bom resultado. Poucos acidentes. Ganhei o Capacete de Prata da revista Racing. Fiquei em 12o lugar entre 72 equipes nas 500 Milhas de Kart da Granja Viana, na minha primeira vez nessa corrida difícil, e ganhei o apoio de novos patrocinadores. Estou contente”, diz o piloto paulistano que acaba de completar 21 anos.
Em 2005, Daniel Landi continuará correndo na Stock Car V8 Light. “Estou pronto para novos desafios. A categoria cresceu muito, ganhou mais força, corremos para públicos de 30 mil pessoas, com televisão ao vivo, e no ano que vem o grid será maior, com uns 25 carros. E a briga será mais bem mais difícil, pode crer!”