Stock Car: Velopark colocará freios à prova em etapa dupla

Os motores da Stock Car voltam a roncar alto no próximo final de semana no circuito do Velopark, em Nova Santa Rita (RS). E vão roncar em dose dupla. O quinto encontro de 2022 será válido pela quinta e sexta etapas, totalizando quatro corridas da principal categoria do automobilismo brasileiro – duas no sábado (2) e duas no domingo (3).

O autódromo localizado a cerca de 30 quilômetros de Porto Alegre foi inaugurado em 2008, e recebeu a Stock Car pela primeira vez em 2010, com vitória de Ricardo Maurício. É o menor traçado do calendário, com apenas 2.278 metros. O autódromo retorna ao calendário depois de duas temporadas de ausência, e será a primeira vez que a nova geração dos Stock Car atuais, que entraram na pista pela primeira vez em 2020, correrá no circuito gaúcho.

As características do traçado não permitem aos carros alcançarem velocidades como as registradas por exemplo no circuito do Galeão, no Rio de Janeiro, onde os Stock Cars atingiram até 270 km/h durante a terceira etapa. Por ser mais curto, no Velopark os carros não devem passar dos 220 km/h.

Apesar de uma baixa velocidade média na volta (cerca de 145 km/h), os freios são bastante exigidos. O nível de demanda, em uma escala de 1 a 5 (da menor para a maior exigência) é 4 segundo os departamentos de engenharia da Fras-le e da Fremax, que fornecem, respectivamente, as pastilhas e discos de freio da categoria. Isso porque o circuito tem duas retas que terminam em curvas de baixa velocidade. Na primeira curva do traçado, por exemplo, os carros reduzem de 215 km/h para cerca de 95 km/h em 140 metros, em uma freada de três segundos que gera 1,6 G de desaceleração. A curva 6, ao final da reta oposta, exige que os pilotos reduzam de 215 para 75 km/h em 155 metros e quatro segundos.

Isso, além do tamanho reduzido do circuito (2.278 metros e uma volta na casa de 55 segundos) e o fato de os carros andarem bem próximos uns dos outros e também dos muros, tornam o Velopark uma pista altamente exigente com os freios. De acordo com estimativas da Fras-le e da Fremax, as temperaturas médias do conjunto devem ser superiores às dos circuitos mais tradicionais. Os discos da Fremax são projetados para suportar até 720ºC sem afetar durabilidade, segurança e eficiência, enquanto as pastilhas de freio Fras-le podem resistir a temperaturas superiores a 840ºC.

As duas etapas do fim de semana marcam o final da primeira metade da temporada 2022 e prometem mexer bastante com a classificação do campeonato. Na etapa anterior, no Velocitta em Mogi Guaçu (SP), Gabriel Casagrande iniciou o fim de semana um ponto atrás do líder Daniel Serra. Agora, no Sul, a situação se inverte: é Casagrande quem lidera com um ponto de vantagem sobre Serra.

Há outros pilotos de olho na liderança da tabela, especialmente com 112 pontos em jogo no final de semana – cada etapa tem um máximo de 56 pontos pelas vitórias nas duas corridas (30 da primeira e 24 da segunda) mais dois pontos da pole position. Rubens Barrichello é o terceiro colocado com 102 pontos seguido por Bruno Baptista com 84, Gaetano di Mauro com 82, Thiago Camilo com 78, Ricardo Maurício com 74, Ricardo Zonta com 67, Guilherme Salas com 66 e o gaúcho Cesar Ramos fechando os dez maiores pontuadores do momento com 65 pontos.

A FRAS-LE e a FREMAX são as fornecedoras oficiais de pastilhas e discos de freio da categoria, respectivamente, e trabalham em conjunto com as todas as equipes do grid para assegurar o melhor desempenho, segurança, eficiência e confiabilidade. A Fremax é a fornecedora dos discos desde 2004 e a Fras-le, desde 2016.

“O Velopark é uma pista que, apesar de curta, é uma das que mais exige dos freios. São duas freadas muito fortes, principalmente a do final da reta oposta, na qual chegamos em quinta marcha e reduzimos para segunda, às vezes primeira marcha. E como usamos muito as zebras da pista, temos de estar sempre atentos a ter um freio eficiente para que não ocorra o afastamento entre as pastilhas e o disco por causa do excesso de vibração causado pelas zebras. Serão corridas duras, e quem tiver o melhor equilíbrio de freios vai obter vantagem”, diz Cesar Ramos, piloto da Ipiranga Racing.

“É uma pista curta, com duas retas – uma delas com 900 metros de extensão – que demandam fortes frenagens para as curvas seguintes. Isso exige bastante dos freios, e especialmente das temperaturas dos discos e pastilhas por causa do tamanho reduzido do traçado. São freadas intensas e os carros andam muito juntos, o que também dificulta o resfriamento do conjunto. O Velopark é um circuito desafiador, curto e travado, e também muito fechado nas laterais. Então as temperaturas de discos e pastilhas ficam um pouco acima da média por estes fatores. Neste tipo de pista o desgaste dos freios e pneus costuma ser mais elevado”, comenta André Brezolin, engenheiro de projeto FRAS-LE & FREMAX.



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