Raul Boesel faz corrida histórica

A evolução de Raul Boesel (Repsol) durante a sexta etapa da Stock Car, realizada domingo em Interlagos, foi a mais impressionante dos quatro anos de existência dos motores V8. O campeão mundial de esportes protótipos de 1987 largou dos boxes, depois que 31 carros já haviam passado pelo Esse do Senna, e terminou em 4º, ao final de uma forte recuperação que quase o levou ao pódio. Boesel ganhou a posição de Rodrigo Sperafico nos últimos metros e recebeu a bandeirada apenas quatro décimos de segundo atrás de Chico Serra.

Desde o ano passado, quando Antonio Jorge Neto (Medley), desclassificado na vistoria técnica após os treinos para a formação do grid, partiu em 28º e chegou em 4º em Londrina, a Stock Car não assistia a uma “prova de recuperação” digna do nome. Para Boesel, o resultado em São Paulo foi muito além de qualquer expectativa. Afinal, no sábado quase tudo havia dado errado.

“Fui um dos inúmeros pilotos que abortou a primeira volta da tomada classificatória. Mas, pouco antes de voltar para a segunda tentativa, fui avisado pelo David Muffato, que estava na pista, para trocar os pneus slick pelos de chuva porque o asfalto estava muito molhado e praticamente sem aderência. O problema é que meu carro seria o próximo a entrar e os boxes da Equipe Repsol eram os primeiros, do lado oposto do pit lane. Os mecânicos trabalharam com rapidez, mas o fiscal não permitiu que eu saísse porque teria ultrapassado o limite de tempo”, explicou Boese, que só não ficou em 33º e último porque Paulo Gomes foi desqualificado por se ausentar da pesagem oficial.

No domingo, enquanto a ameaça de chuva continuava presente, Boesel conversou com o chefe de equipe, Ereneu Boettger, e sugeriu que seria mais acertado largar dos boxes. “Eu não levaria nenhuma vantagem, mas sabia que seria mais seguro evitar a primeira curva naquelas circunstâncias. Acho que fiz o certo. Alguns carros se enroscaram no Esse do Senna e pude entrar na pista sem passar pelo tumulto”, continuou.

A Equipe Repsol contava com a recuperação em Interlagos, e as modificações nas suspensões dos carros de Boesel e Muffato funcionaram a contento na sexta-feira. Muffato foi o mais rápido do dia e Boesel ficou em quinto, a apenas dois décimos de segundo do companheiro. Com a mudança do tempo, no entanto, não foi possível avaliar plenamente todas as alterações. O rendimento de Boesel e Muffato, que chegou a andar em oitavo antes de se envolver em alguns toques, sugere que a equipe pode ter reencontrado o caminho da competitividade. Graças também a um excelente acerto aerodinâmico, Boesel voava nas retas de Interlagos. Fez a terceira melhor volta da prova e era o mais rápido na pista quando recebeu a bandeirada quadriculada colado em Serra. “Desta vez, meu carro não perdeu performance quando os pneus esquentaram, como nas últimas provas. É um bom sinal. Além disso, estava com o máximo de pressão aerodinâmica. Como tracionava bem na junção, pude fazer várias ultrapassagens na reta.”



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