Losacco, uma família com gasolina nas veias

O piloto Giuliano Losacco tem gasolina nas veias. E isso vem de família. O primeiro do clã Losacco a se envolver com corridas de carros foi o tio-avô Nicola. Depois veio o pai, Vinicius. Giuliano é a quarta geração da família que deixou a cidade de Bari, na Itália, no final do século 19, e desembarcou em São Paulo. A demonstração da paixão dos Losacco pelo automobilismo aconteceu em 1925, quando Nicola disputou e venceu uma corrida realizada na ainda deserta Avenida Paulista. Apesar de ter perdido o pai, Victor Losacco, quando tinha 12 anos, Vinicius, pai de Giuliano, se recorda das histórias contadas pelo patriarca que, na quarta edição da 500 Km de Interlagos, dia 7 de setembro de 1961, morreu atropelado em Interlagos. O carro de Jaime Guerra entrou desgovernado nos boxes e atingiu Victor, mecânico-chefe da equipe e provocou ferimentos no mecânico José Gimenes Lopes.

“O tio Nicola ganhou com um carro da marca Hudson sem qualquer tipo de preparação. Do lado do carro está escrito F.N. Losacco Officina Mechanica. Esse era o principal patrocinador do meu tio, a oficina mecânica da família. Ao volante Nicola Losacco. No banco do passageiro está Augusto Losacco, irmão do Nicola. No banco traseiro, atrás do Nicola, meu pai, Victor Losacco. Em pé, de chapéu e óculos, na direção do Nº 3, olhando para o fotógrafo, meu avô

Felippo Losacco. Ele é o F do nome da oficina e o N é do Nicola”, descreveu Vinicius.

Algum tempo depois, as corridas de carro deixaram de ser realizadas na Avenida Paulista (algo impensável nos dias de hoje) e passaram para a Avenida Brasil. As provas também eram feitas praticamente numa reta de ida e em outra de volta, da Avenida Rebouças até a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, ao lado do Parque do Ibirapuera, onde acontecia o retorno. Somente no início da década de 40, mais precisamente no dia 12 de maio de 1940, aconteceu a inauguração do Autódromo de Interlagos, que passou a ser o palco das corridas na capital paulista.

“Meu pai, que teve oficina mecânica no Bixiga durante muitos anos, tinha várias rolhas de garrafa guardadas num vidro com óleo de rícino. Curioso, perguntei o que era aquilo e ele disse que era para usar no disco de embreagem dos carros. São curiosidades de muitos anos atrás. Meu pai nunca correu, mas preparava carros na oficina da Rua 13 de Maio, onde hoje é o Café Piu Piu”, disse Vinicius que mantém a tradição e tem uma oficina mecânica no bairro de Pinheiros, Zona Sul da capital paulista.

Vinicius, de 55 anos, além de preparar carros, também já esteve dentro dos cockpits. De 1972 a 1981 ele disputou provas de longa duração e teve como companheiros, entre outros, pilotos como Luiz Paternostro, ex-piloto de Stock Car, e tio de Giuliano Losacco, e o radialista Edgar de Mello Filho. Vinicius diz que Giuliano, de 27 anos, é o melhor piloto da família.

“O Giuliano queimou a primeira largada ao nascer de sete meses. Todos nós o esperávamos para maio e ele apareceu em março. De longe o Giuliano é o melhor piloto da família. Sorte dele que não puxou em nada para o pai! Isso é normal: é igual ao vinho, que com o tempo vai se depurando. Ele é a nossa terceira geração aqui no Brasil. O Giuliano começou a correr com 12 anos e nunca teve moleza. Pelo contrário, sempre enfrentou pauleira”.

Apesar de ter sido criado numa família ligada ao automobilismo, Giuliano Losacco enfrentou muitas dificuldades até se firmar como piloto. Ser filho do preparador Vinicius acabou por atrapalhar a vida do jovem piloto.

“Quando o Giuliano tinha 15 anos e foi campeão de Fórmula 1600, diziam, também, com o pai que você tem… Quando ele não ganhava as corridas falavam: nem com o seu pai você ganha… Não tinha jeito e na Europa isso acabou. Hoje nem vou às pistas para evitar problemas. Ele está numa equipe competente que tem o Meinha como chefe e foi quem confiou no Giuliano. Ele e a equipe são muito competentes”, completou Vinicius numa referência ao fato ser preparador de carros de corrida.

Como nem aparece nos autódromo, Vinicius tenta analisar mais friamente a evolução do filho. Para ele, Giuliano tem mostrado grande amadurecimento, apesar de em alguns momentos deixar escapar algumas chances de esconder o jogo, como gostaria o pai.

“Em todas as corridas o Giuliano anda como se estivesse classificando. Falo para ele não mostrar tudo e tentar esconder um pouquinho, mas esse não é o estilo dele”, reclama o paizão coruja.

As atividades para a sexta etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car V8 começam com o segundo treino coletivo da temporada nesta quinta-feira, véspera do início dos primeiros treinos oficiais no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Serão duas sessões: das 15 horas às 16 horas e das 16h10 às 17h10. O primeiro treino aconteceu no Autódromo Internacional de Curitiba, antes da primeira prova de 2004.

Os treinos oficiais serão abertos na sexta-feira às 10 horas. A largada da primeira prova da rodada dupla da V8 Light será às 15h35 do sábado e no domingo às 11h35. As duas corridas terão transmissão ao vivo pela ESPN Brasil. A largada da Stock Car V8 será domingo às 13 horas com transmissão ao vivo pela SporTV.

Nokia apresenta a Stock Car Brasil, que tem promoção e organização da Vicar Promoções, com supervisão da Confederação Brasileira de Automobilismo. Os patrocínios são de Chevrolet e Pirelli e co-patrocínios de Repsol, Medley e Texaco. Apoios de Cobreq, Fremax e Binno.



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