O atual recordista da pole da Stock Car em Interlagos acredita que a sua marca será quebrada sábado na tomada classificatória da 6ª etapa. Raul Boesel (Repsol) cravou o tempo de 1min39s585 em abril, mas lembra que as baixas temperaturas do inverno paulistano favorecerão não apenas o melhor funcionamento dos motores V8 de 450 cavalos de potência como também da aerodinâmica dos carros. E faz uma previsão: ao contrário das provas anteriores, a volta mais rápida do qualifying será a segunda, e não a primeira.
“Os motores tendem a render mais com o frio. E o ar mais rarefeito também influencia positivamente na eficiência aerodinâmica. Os pneus é que poderiam demorar um pouco mais para aquecer e alcançar a temperatura ideal de funcionamento, mas Interlagos é uma pista relativamente longa, com quase 4,5 quilômetros de comprimento. Em teoria, dá para abrir a primeira volta já com os pneus aquecidos, mas estou apostando que o tempo virá mesmo na segunda”, diz Boesel, quinto colocado na classificação geral com 52 pontos.
Na primeira corrida da temporada em São Paulo, Boesel conquistou sua terceira pole position como piloto da Equipe Repsol. O acerto do carro, no entanto, se mostrou ineficiente para as condições da corrida e Boesel terminou apenas na 6ª posição. “Já temos uma idéia do que deve ser feito para deixar o carro rápido também na prova, mas por enquanto é tudo teoria. Tenho conversado bastante com os engenheiros e vamos aproveitar o treino extra da quinta-feira para trabalhar nas regulagens da corrida.”
Nas últimas semanas, o chefe de equipe Ereneu Boettger manteve vários contatos com Alfons Hohenester, especialista em suspensões que trabalha em séries de turismo na Alemanha e ajudou a encontrar o ótimo acerto básico dos carros da Repsol na vitoriosa campanha do campeão David Muffato em 2003. Hohenester, no entanto, não poderá vir a Interlagos, como planejava, por causa de uma etapa conflitante no próximo fim de semana em seu país.
Boettger avisa que a prova em Interlagos poderá marcar a volta da Repsol à boa fase do ano passado. “No caso do Boesel, vamos usar a base do carro que fez a pole em abril, talvez apenas amolecendo um pouco as suspensões. O do David Muffato é que vai passar por uma modificação mais radical. De qualquer forma, já sabemos o que estava errado nos carros e as razões do desempenho abaixo das expectativas nas últimas etapas. Estou muito mais otimista para a corrida em São Paulo.”