O piloto paulista Ingo Hoffmann, com seus 12 títulos da Stock Car, não é o único ‘supercampeão’ na disputa da temporada 2003 do Campeonato Brasileiro da Stock Car V8. O piloto da Equipe Medley Genéricos, Antonio Jorge Neto, também é um deles, mas ao contrário de Ingo, em duas rodas, no motociclismo. Antes de correr com os carros da Stock Car, Jorge Neto foi um fenômeno no motociclismo e, junto com Guto e Xandy Negrão, vai participar neste domingo (17/08) da 7.ª etapa do Brasileiro de Stock Car V8, em Curitiba (PR).
Com sete títulos brasileiros (250/300cc), dois sul-americanos (250/300cc), Jorge Neto conseguiu a maior façanha de um brasileiro com uma moto: a vitória na tradicional 100 Milhas de Daytona, em 1983. Jorge Neto chegou aos Estados Unidos e lá mesmo comprou a Yamaha TZ 250 K 2T. Com alguns pequenos acertos, como uma ‘envenenada’ no motor, a troca dos freios e das rodas, Jorge Neto largou em 12.° lugar, entre 68 pilotos, e venceu a corrida, superando o recorde da pista que pertencia ao mito Freddie Spencer.
“Foi realmente uma vitória que nunca vai sair da minha memória. Depois de disputar algumas corridas no Mundial de Motovelocidade, sem apoio nenhum, fui para Daytona com uma estrutura pequena. Mas ganhar aquela corrida, uma das mais importantes do motociclismo, foi sensacional”, disse o piloto de 40 anos, que então tinha 20 anos de idade. “Mas agora a história é outra. Quero ser campeão também da Stock Car e minhas energias estão direcionadas para isso.”
Em Curitiba, Jorge Neto espera iniciar uma reação no campeonato, onde ocupa a 16.ª posição, com os 26 pontos conquistados nas duas corridas que terminou (Rio e Londrina). “Fui o mais rápido nos testes coletivos na pré-temporada em Curitiba e tenho certeza que vou contar com um carro vencedor, assim como tem sido durante toda a temporada”, diz o piloto de 40 anos. “O trabalho vem sendo bem feito. Sempre estou andando alí, entre os primeiros, e olha que nas duas corridas que eu terminei, larguei lá de trás. Estou ficando conhecido por isso.”
E contra alguns imprevistos que a Equipe Medley Genéricos vem tentando lutar nas últimas etapas. Andreas Mattheis, chefe da equipe, fez uma revisão completa nos carros, substituindo as peças que poderiam vir a quebrar em uma corrida. “No automobilismo, um esporte tão caro, às vezes a gente acaba perdendo uma corrida por causa de uma peça que custa dez reais. Estamos trabalhando para evitar isso”, explicou o experiente Andreas Mattheis. “Já quebramos muito este ano.”
Quem não quer pensar em quebras é o piloto Guto Negrão, que na última etapa, em São Paulo, conquistou um excelente segundo lugar. Agora, Guto quer mesmo é pensar em vitória, já que resta ainda metade do campeonato pela frente. “Agora será tudo ou nada. Vou entrar em cada corrida com muita vontade. Quero terminar o campeonato com algumas vitórias”, disse Guto Negrão. “Depois dessa revisão que fizemos, não quero mais me preocupar com quebras. O carro está bem acertado desde os treinos da pré-temporada.”
Já Xandy Negrão, da Equipe Medley Genéricos, acompanhou o filho Xandinho Negrão na rodada da Fórmula 3 Sul-Americana em Oberá, na Argentina, e vai estar em Curitiba neste fim-de-semana. Além de continuar curtir de perto o filho em mais uma rodada da F-3, que também corre em Curitiba, Xandy vai disputar mais uma etapa desta temporada da Stock Car V8. O piloto de 50 anos correu só fez duas corridas este ano: Rio de Janeiro e São Paulo.
“Continuo no automobilismo porque gosto muito do stock car, a categoria é bacana, tenho amigos, e isso faz parte da minha vida há anos. É difícil me desligar assim de repente, de uma vez. Por outro, lado é bom não ter compromisso, porque não importa se eu ando lá atrás ou na frente. Ninguém cobra, nem mesmo eu. Hoje é pura diversão”, disse o piloto bicampeão brasileiro de Marcas e Pilotos e líder do Brasileiro de Endurance, com um Porsche GT3 RS, que tem a próxima etapa marcada para o dia 31 de agosto, nos 500 Km de Interlagos.
GP de Abu Dhabi