O circuito de Jacarepaguá, que recebe neste final de semana a terceira etapa da Stock Car, traz uma agradável memória para o piloto Thiago Marques, da equipe Petrobras-Action Power. Foi no circuito carioca onde, em 2002, o paranaense realizou seu sonho de competir pela primeira vez na categoria que reúne a elite do automobilismo brasileiro.
Aquela prova, que abria o calendário, era apenas a 11ª da carreira profissional de Marques. Isso porque, diferentemente da maioria do pilotos, ele não começou no kart. O início tardio, aos 21 anos, foi um desafio extra que o paranaense teve de superar não apenas naquela corrida, mas ao longo de toda a temporada.
Apesar da pouca experiência, que até então se resumia a uma temporada de Stock Car Light, onde havia sido campeão em 2001, Thiago Marques foi a surpresa daquela corrida. No treino classificatório, conseguiu o terceiro tempo e, na corrida, surpreendeu ainda mais ao assumir a liderança da prova já na terceira volta.
As chances de vitória, no entanto, escaparam depois que o piloto rodou na curva que antecede a entrada dos boxes, quando ia fazer o reabastecimento, obrigatório naquela época. Com a perda destes segundos preciosos, Marques caiu posições, e completou a sua prova de estréia na Stock Car na 8ª posição.
“A corrida do Rio é especial para mim, porque tenho a lembrança marcante de minha estréia na Stock Car. As memórias são boas, claro, mas gostaria que não tivesse cometido aquele erro enquanto liderava a corrida. A verdade é que eu estava começando minha carreira e talvez tenha faltado um pouco de experiência. Mas agora com mais bagagem espero voltar a liderar uma prova no Rio, mas desta vez reescrevendo a história com um final feliz”, comenta Marques.
Uma das lições aprendidas nestas três temporadas completas desde então é justamente saber lidar com uma característica de Jacarepaguá que provocou sua rodada naquela prova de 2002: a sujeira na pista, fruto não da conservação do autódromo, mas da areia da praia trazida pelo vento.
“Outra característica marcante da corrida no Rio de Janeiro é que, por ser no litoral, a prova privilegia um bom motor, já que o rendimento do motor é otimizado pela pressão atmosférica do nível do mar”, explica Marques, citando Jacarepaguá como o circuito mais longo do calendário, com 4.933 metros, já que o traçado misto de Brasília não é utilizado há anos pela categoria.