Luciano Burti mantém os pés no chão

O excelente terceiro lugar e o conseqüente pódio em sua estréia no Campeonato brasileiro de Stock Car V8 empolgaram o piloto Luciano Burti, mas não a ponto de fazê-lo esquecer que ainda terá muitas dificuldades pela frente. Ele sabe que a única pista brasileira que conhece é justamente a de Interlagos, onde no último dia 1º foi realizada a abertura da principal categoria do automobilismo da América do Sul. Agora, neste final de semana, Burti, que fez carreira na Europa aonde chegou até a Fórmula-1, estará no, para ele, desconhecido Autódromo Internacional de Curitiba.

“Sei que terei mais dificuldades pelo fato de não conhecer as pistas que teremos pela frente. O ponto que pode me ajudar em Curitiba é o fato de a cidade ser sede da minha equipe e o Meinha (chefe de equipe) pode me auxiliar bastante. Do ponto de vista do piloto, será uma corrida difícil, pois esse desconhecimento e o pouco tempo de treino da Stock Car atrapalham”, disse Burti, que fez duas temporadas na Fórmula-1, nas equipes Jaguar e Prost.

Luciano faz uma comparação da fase que vive agora com o tempo em que desembarcou na Inglaterra para iniciar carreira no automobilismo internacional. Ele demorou algum tempo para conhecer as várias pistas antes de conquistar os títulos de campeão inglês da Fórmula Vauxhall e o de vice-campeão da Fórmula-3 Inglesa.

“Naquela época eu estava com o espírito de um novato, totalmente cru, e pronto para aprender a guiar um carro de corrida, pois vinha do kart. Não sabia acertar um carro e tinha de aprender o máximo. Eu era xucro. Hoje, estou numa situação diferente, pois uso minha experiência para acertar o carro”, completou o piloto da equipe Eurofarma-RC.

No entanto, essa experiência não pode ser totalmente aproveitada, pois ele vem da categoria de monopostos. Nos últimos anos, além de guiar na Fórmula-1, Burti foi piloto de testes da Ferrari, a equipe que mais conquistou títulos na história da mais badalada categoria do mundo.

“São carros completamente distintos e por isso aproveito somente 50% do meu conhecimento. Apesar de um carro de corrida ser um carro de corrida, tem coisas que no Fórmula-1 funcionam de uma maneira e no Stock são totalmente opostas. Ainda estou assimilando. Tenho a base teórica e agora só falta a adaptação ao carro”.

Essa adaptação vai demorar, no pensamento de Luciano Burti, toda esta temporada. Em 2006 ele espera estar mais acostumado aos carros e, principalmente, aos circuitos do Brasil. Por isso, Burti evita excesso de otimismo e procura esquecer o terceiro lugar conquistado em Interlagos e na classificação do campeonato.

“Estou bem tranqüilo e com os pés no chão. Não digo somente da boca para fora, mas a Stock Car é uma categoria muito competitiva e bastante forte com bons pilotos e boas equipes. De verdade, somente no próximo ano acredito que estarei pronto para brigar diretamente por vitórias. Sei de todas essas dificuldades, mas vou trabalhar muito para que outros bons resultados aconteçam”, completou Burti, de 30 anos.



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