Andreas Mattheis, diretor-técnico da equipe Medley, atacou duramente a limitação de utilização de pneus que a organização da Stock Car vem impondo à categoria. Nesta semana, durante uma brevíssima pré-temporada de dois dias em Interlagos, a impossibilidade de treinar com pneus novos fornecidos exclusivamente para os testes provocou protestos. “É um absurdo que uma categoria na fase em que se encontra a Stock Car, com alto grau de profissionalização, patrocinadores fortes e excelente cobertura de mídia, tenha o desenvolvimento técnico travado pela limitação de pneus”, reclamou.
As equipes receberam em Interlagos os pneus que serão usados nas duas primeiras provas de 2005, dia 1º de maio em Interlagos e dia 15 do mesmo mês em Curitiba. Nos treinos da quarta e quinta-feiras, o uso desses pneus foi liberado, mas os pneus novos que foram usados não serão repostos. “Tivemos de andar a maior parte do tempo com pneus muito gastos, sobras do último campeonato. Além disso, o limite de seis pneus por carro em cada etapa também é ridículo”, continua.
Mattheis afirmou que a equipe pagou um preço alto por ter realizado três dos quatro treinos com pneus velhos. “Fomos na direção errada e não conseguimos acertar os carros do Giuliano Losacco e do Guto Negrão. Só com os novos é que pudemos constatar que estamos bem de chão”, analisou. A equipe Medley também manifestou descontentamento com o fraco rendimento do motor de Losacco, que foi enviado para revisão da empresa ZF depois dos ensaios.
Além do crescimento acentuado do número de carros – 39 estiveram na pista na quinta-feira – e dos novos nomes que estão estreando na categoria, como Luciano Burti e Christian Fittpaldi, os testes foram marcados pelo primeiro confronto entre as bolhas do Astra da General Motors e do Lancer da Mitsubishi. Mattheis acha que ainda é cedo para uma análise mais criteriosa do potencial de cada um e que o quadro só começará a ficar mais nítido a partir da primeira etapa. Mas dá um voto de confiança aos organizadores. “À primeira vista, parece que há um equilíbrio entre os dois modelos.”