“A temporada de 2004 começou complicada, pois nós fizemos uma leitura errada do amortecedor que tínhamos e fomos para o lado totalmente errado no acerto do carro. Esse erro aconteceu na pré-temporada e nos prejudicou até a metade do ano, pois nesse tempo todo corremos atrás desse acerto e perdemos muitas corridas.
A partir daí nossos carros evoluíram e começaram a acontecer acidentes de corrida e falta de sorte. Em algumas provas foram erros meus e por isso, também, não tive o mesmo sucesso do Antonio Jorge Neto, meu companheiro de equipe. Com o carro competitivo, o Neto venceu a corrida de Brasília, justamente quando sofri um sério acidente e que me provocou uma pancreatite.
Com isso, fiquei de fora em Campo Grande e Interlagos, pistas onde teria condições de brigar por bons resultados e pelo vice-campeonato. Infelizmente não deu. O acidente teve um lado bom, pois foi graças ao médico da Stock Car, Dino Altmann, que escapei de uma cirurgia que me deixaria impossibilitado de voltar a correr e limitaria minha vida.
Estava praticamente na mesa de operação para fazer a cirurgia quando o Dino foi me visitar, me tirou de lá e me orientou para que eu ficasse bom sem a cirurgia. No hospital iam tirar um pedaço do meu pâncreas, seria uma operação de risco e eu teria de parar de correr. Seria algo maluco !
Agradeço ao Dino e a Deus que o colocou no meu caminho para evitar que eu sofresse a cirurgia.
Com isso tudo, em 2005 entrarei com mais vontade ainda. Sobre Giuliano Losacco, meu novo companheiro na Medley-A. Mattheis, sei que não será fácil não. No entanto, para quem teve o Neto como companheiro, não será complicado, pois o Neto também é carne de pescoço e como o Giuliano, um piloto muito rápido.
Tenho certeza que o entendimento entre eu e o Giuliano será muito bom e vamos manter a essência da palavra equipe, algo que sempre fomos na Medley-A. Mattheis.”, explicou o piloto Guto Negrão.
GP de Abu Dhabi