Daré encara mais uma pista desconhecida

Em seu primeiro ano na Stock Car V8, Aírton Daré já está acostumado. Das 10 provas que disputou até agora, seis foram em pistas desconhecidas. A sétima será neste fim de semana, na 11ª etapa do Campeonato Brasileiro, em Campo Grande. “Esta eu não conheço nem da televisão”, comenta o piloto da equipe AMG/Hope Recursos Humanos/Octane Motors, que correu no automobilismo norte-americano de 1997 a 2003, perdendo contato com os circuitos nacionais.

“Não estou reclamando, eu já sabia que seria assim quando decidi ingressar na Stock Car, mas tem horas que desanima”, admite ele. “Não dá para aprender a pista e acertar o carro em três treinos, e assim fica muito difícil largar em boa posição. A única esperança é a chuva. E pela previsão do tempo, deve chover em Campo Grande neste fim de semana”, anima-se Daré.

Para minimizar os problemas decorrentes do desconhecimento, o piloto de Bauru vai chegar um dia mais cedo para se familiarizar com os 3.349 metros da pista. “Vou ver se ando com um carro de passeio, de bicicleta ou até mesmo a pé. O importante é ter uma idéia de como é cada curva, conhecer os detalhes da pista com antecedência para poder dedicar o maior tempo possível dos treinos ao acerto do carro”.

O básico, porém, Daré já sabe. E acha que a experiência de corridas em circuitos de rua, adquirida nos tempos em que corria na Indy Lights, pode ser muito útil. “Pelo que ouvi falar, é uma pista de baixa velocidade e empoeirada. São as mesmas características de um circuito de rua, e corri diversas vezes neste tipo de pista tanto nos Estados Unidos quanto no Canadá. O segredo todo mundo sabe, o carro tem de apontar bem na entrada das curvas e ter boa tração. Na pilotagem, também não tem mistério: anda bem quem freia cedo, mantém o carro equilibrado dentro da curva para poder acelerar mais cedo e sair com boa velocidade. O difícil é dominar o condicionamento de frear sempre um pouco mais tarde e manter a cabeça focada na corrida. Quem se distrair acaba batendo ou saindo da pista. Em caso de chuva, o segredo é o mesmo, porém com mais cuidado ainda”, avisa o piloto de Bauru.