O acidente com Paulo Gomes na quinta volta da prova de domingo (29) no Autódromo Internacional Ayrton Senna, em Londrina, custou a Sandro Tannuri a desclassificação da oitava etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car V8. O piloto carioca, contudo, contesta a decisão tomada pelos comissários desportivos, alegando ter sido ele a única vítima na manobra que o levou a abandonar a prova por conta de danos à suspensão de seu carro.
“Eu fui injustiçado”, constata Tannuri, que pilota o carro número 10 da JF-Filipaper Racing, decorado nas cores de Filicoat, Filiperson, Kalunga, Liberal e Serilon. Ele narra o acidente citando a tentativa de ultrapassagem de Paulão num momento em que a bandeira estava acionada, procedimento proibido pelo regulamento de qualquer categoria do automobilismo. “Ele forçou na bandeira amarela, bateu no meu carro e eu saí da pista”, conta.
Tannuri ainda conseguiu chegar aos boxes, onde se verificou, além da quebra da manga de eixo traseira, que o mesmo componente do eixo dianteiro estava emperrado. “Eu tive que abandonar, e contestar ou não a desclassificação não altera em nada o resultado, mas eu registrei a reclamação. Por uma questão de justiça. Eu fui a vítima no acidente, porque tive que abandonar, e ainda acabei punido. Fui prejudicado duas vezes sem ter culpa nenhuma”, afirma.
Na análise do carioca, o excesso de rigor dos comissários pode ter sido decorrente da reunião que Paulo Enéas Scaglione, presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, manteve com os pilotos na véspera da corrida. “Os comissários estão com o pensamento de punir rigorosamente. Na minha modesta avaliação, a coisa não é bem assim”, analisa. “Para aplicar mais rigor, é preciso também uma análise mais cuidadosa para avaliar situações como essa”.
Tannuri acredita que a punição possa ser revista. “Os comissários são pessoas esclarecidas e de bom senso, acho que vão ter o devido discernimento na avaliação das imagens do acidente, longe da pressão e da correria do ambiente de corrida, e perceber que eu não tive culpa. Repito, fui a vítima, e acho um absurdo eu pagar por uma ultrapassagem de outro piloto, com uma bandeira amarela, que me tirou de uma corrida em que eu poderia pontuar”.