Pelo segundo ano consecutivo, a Stuttgart Motorsport deu suporte à equipe alemã Manthey nas 6 Horas de São Paulo. Profissionais brasileiros atuaram em conjunto com os europeus durante o fim de semana da etapa brasileira do Campeonato Mundial de Endurance – uma continuidade do trabalho feito em maio, quando as pilotos Michelle Gatting, Rahel Frey e Célia Martin fizeram dois dias de testes em Interlagos com o Porsche 911 GT3 R da Stuttgart Motorsport. Na corrida realizada no último domingo (13/07), a tripulação feminina obteve o quarto lugar na bandeirada – e poderia ter sido segunda colocada se não fosse uma punição com drive through na hora final.
Os mecânicos Diogo Almeida e Gustavo Moreira e o engenheiro Anderson Bonsanto trabalharam com a Manthey durante todo o fim de semana. Os dois primeiros acompanharam a equipe no monitoramento dos pneus, enquanto Anderson cuidou dos trabalhos gerais e teve a função extra de ficar a postos com o extintor de incêndio durante os pit stops. O foco dos testes realizados em maio era avaliar o comportamento de um novo composto de pneus Goodyear cuja estreia aconteceu justamente em Interlagos. Paralelamente, as três pilotos aproveitaram para conhecer as reações do Porsche 911 GT3 R em Interlagos, já que em 2024 elas competiram com um carro de outra marca. O Porsche da Stuttgart Motorsport, líder do campeonato Endurance Brasil, é idêntico aos utilizados pela Manthey no Campeonato Mundial de Endurance.
Experiente mecânico da Stuttgart Motorsport, Diogo Almeida esteve com a Manthey nas 6 Horas de São Paulo do ano passado e não tem dúvida em apontar a evolução no relacionamento entre as equipes brasileira e alemã. “Foi ainda melhor. Neste ano a gente interagiu mais, principalmente na parte de montagem dos pneus e calibragem. Pusemos a mão na massa e adquirimos conhecimentos que serão aplicados nas corridas aqui no Brasil”, afirma.
Almeida conta que o teste feito pelas pilotos da tripulação feminina fez grande diferença em relação ao outro Porsche 911 GT3 R da Manthey, pilotado por Ryan Hardwick, Riccardo Pera e Richard Lietz (sexto colocado na classe LMGT3). “No treino de sexta-feira, fizemos diversas medições nos pneus para avaliar o desgaste. Como elas já haviam chegado ao acerto ideal nos testes de maio, a diferença foi surreal. O carro delas gastava muito menos borracha”, conta.
Gustavo Moreira trabalhou pela primeira vez com a Manthey e ficou particularmente bem impressionado com a metodologia de trabalho. “Cada um sabe perfeitamente o que deve fazer e, terminados os trabalhos de praxe após os treinos, a equipe ainda fica um bom tempo treinando pit stops. Não vi outra que agisse assim”, afirma.
“Abriu minha mente”, resume Anderson Bonsanto, que atuou na manutenção do carro e nas paradas de box. “Acredito que tudo o que observamos na Manthey vai ajudar muito no desenvolvimento da nossa própria equipe. A forma como eles se organizam não tem igual. Tudo é compartilhado. Antes mesmo de os carros entrarem na pista, já está tudo planejado, arrumado e acertado para o que vem a seguir.”
Robin Lipinski, engenheiro de corrida da Manthey, atestou a importância dos testes realizados em abril: “A qualidade das informações coletadas nos testes foi muito boa. O comportamento do carro da Manthey nas 6 Horas foi fiel ao desempenho e ao balanço sentidos com o da Stuttgart por ocasião dos testes de maio. Por estarem habituadas, as Iron Dames fizeram stint duplo com um mesmo jogo de pneus quando foi necessário. Os pilotos da 1st Phorm sentiram mais as diferenças, justamente por não terem treinado”, observou.
Felipe Grizzi, chefe de equipe da Stuttgart Motorsport, afirma que neste ano as duas partes trabalharam mais entrosadas tanto no teste quanto na corrida. “No ano passado, tudo era novidade. Neste, aprimoramos as informações e a interação foi maior. Nossa ideia para os próximos anos é fazer com que outros integrantes da equipe trabalhem com a Manthey na corrida de Interlagos. É uma oportunidade de ganhar experiência com uma equipe que trabalha em campeonatos importantes como o próprio Mundial de Endurance e o DTM alemão”, finaliza.
