O FIA WEC (World Endurance Championship) desembarca no Brasil daqui pouco mais de uma semana, nos dias 11, 12 e 13 de julho, para sua etapa exclusiva na América do Sul. O Rolex 6 Horas de São Paulo promete entregar emoções e duelos em alta velocidade a exemplo do último ano, com um formato de disputa de duas corridas em uma que se tornou um sucesso entre os fãs de automobilismo e chamou a atenção de diversas marcas do mundo automotivo.
No Brasil, 36 carros dividirão a pista: 18 carros da Hypercar e outros 18 carros da categoria LMGT3. Eles competirão em uma prova de 6 horas de duração que terá, além da ‘briga’ acirrada dentro de cada categoria, os desafios do tráfego com as diferenças de velocidade entre os carros de cada classe. E tudo isso no seletivo traçado de Interlagos, que com seus 4.309 metros é o mais curto da temporada.
Com uma velocidade máxima de cerca 340 km/h, os Hypercars costumam ter uma vantagem de em média 50 km/h frente aos LMGT3. Mas o que são as duas categorias e por que o FIA WEC atravessa um momento tão bom?
Mais que super, Hypercars
Visando um conjunto de regras que fizesse sentido para atrair cada vez mais montadoras no campeonato, o FIA WEC definiu um regulamento técnico que tornasse a produção dos carros de sua classe principal mais sustentável economicamente – o que, de fato, atraiu mais montadoras. Desta forma, o conceito da antiga categoria LMP1, em que não havia limites de desenvolvimento e, por isso, com orçamentos que subiam a cada ano, foi reformulado e trazido o bem-sucedido conjunto de regras da Hypercar – tendo como foco a eficiência, o controle de custos e a redução de emissões, garantindo a chance de os modelos poderem ser comercializados, se uma montadora assim desejar.
Desta forma, cada uma das montadoras deve optar por um de dois caminhos: criar um carro do zero (designado de Le Mans Hypercar, ou LMH) ou escolher um chassi de uma de quatro fornecedoras do mundial e desenvolver seu motor a combustão (Le Mans Daytona-h ou LMDh). Com sistema híbrido e câmbio padronizados, a LMDh foi criada para unificar os regulamentos do FIA WEC e do IMSA – campeonato de endurance dos Estados Unidos -, aumentando. assim, o número de carros no grid.
Atualmente no FIA WEC, as marcas que correm com modelos LMH são Ferrari, Toyota, Peugeot e Aston Martin. Já as que competem com carros LMDh são Porsche, BMW, Cadillac e Alpine – com chegadas já anunciadas de Genesis (2026), McLaren (2027) e Ford (2027) sob este conjunto de regras.
Tanto para LMH quanto para LMDh o uso de diferentes tipos de motor é liberado. Desta forma, os propulsores a combustão vão do V6 biturbo, passando pelo V8 biturbo e chegando a até motores aspirados, como o V8 da Cadillac e o V12 sem sistema híbrido do Valkyrie, da Aston Martin. Cada motor tem 680 cv e cada carro tem 1.030 kg de peso mínimo.
LMGT3, os carros de sonho
Também em busca de trazer mais montadoras e carros para o campeonato, o FIA WEC oficializou em 2024 a chegada dos GT3 – ou seja, supercarros de GT legalizados para vias públicas preparados para competir. Entre os parâmetros da categoria estão peso entre 1.200 kg e 1.300 kg e potência entre 500 e 600 cv.
Além disso, para a homologação dos carros, as marcas devem produzir pelo menos dez unidades por ano de cada modelo para colocar à venda no mercado.
BoP: como equilibrar desempenhos
A fim de fazer com que as corridas sejam competitivas durante toda a temporada, o FIA WEC possui parâmetros para fazer um balanceamento de performance, chamado também de ‘BoP’. A organização do campeonato entende pontos positivos e negativos de cada carro, e ajusta parâmetros como peso, potência e aerodinâmica para compensar as diferenças entre os projetos dos carros.
Isso garante que uma montadora não domine o campeonato, e que sempre haja disputa nas corridas do mundial, garantindo que o projeto mais efetivo e confiável em todas as condições possa sobressair ao fim do campeonato.
E tem mais: independentemente da categoria, no FIA WEC também existe uma equalização entre as tripulações de pilotos: o campeonato exige que um dos pilotos do trio tenha classificação bronze – ou seja, possua menor experiência e/ou resultados no automobilismo – e que outro seja prata ou bronze. O terceiro piloto do trio é o único que tem classificação liberada, podendo ser ouro ou platina.
Este é o mundial que o fã brasileiro encontrará no Rolex 6 Horas de São Paulo de 11 a 13 de julho, que vem a cada ano crescendo por privilegiar belos duelos e corridas próximas dentro da pista.