O palco do FIA WEC (World Endurance Championship) possui diversas estrelas ao volante de seus 36 carros fixos, que marcarão presença no Rolex 6 Horas de São Paulo – única etapa no continente sul-americano do campeonato mundial, que será será disputada neste final de semana – dias 11, 12 e 13 – no Autódromo de Interlagos.
Entretanto, para a maior parte dos fãs das corridas de longa duração, é o carro o personagem principal: o piloto está em segundo plano frente às máquinas alinhadas nos grids do FIA WEC. Não são poucos os que escolhem para qual carro ou trio irão torcer com base na tradição da montadora por trás da participação, ou até mesmo por conta da motorização que um carro específico possui. Por exemplo, o Aston Martin Valkyrie ganhou a simpatia de muitos em 2025 por chegar ao FIA WEC utilizando um motor aspirado V12, cujo som acelera o coração dos fãs de automobilismo.
As preferências de cada torcedor e as dinastias de vencedores nas 24 Horas de Le Mans – prova centenária que originou o campeonato – criaram um culto ao carro e às marcas sem igual frente a outros campeonatos do automobilismo. É uma tradição: no universo do Endurance, o carro sempre vem primeiro.
O vencedor de Le Mans que virou música
Atualmente tricampeã de Le Mans, a Ferrari retornou com um time de fábrica na classe principal do evento em 2023 e desde então não sabe o que é perder a prova francesa. Porém, sua tradição vem desde 1949, quando o comendador Enzo Ferrari viu sua Ferrari 166 MM Barchetta cruzar a linha de chegada na frente em Le Mans. O triunfo fez o modelo tão famoso que até mesmo a banda canadense Rush dedicou uma música ao carro: Red Barchetta, no aclamado álbum “Moving Pictures” de 1981. O modelo, que estabeleceu a Ferrari como um ícone das corridas, é um dos mais importantes de sua história.
O filme que celebra um dos grandes duelos de Le Mans
A histórica edição de 1966 de Le Mans, imortalizada no filme “Ford vs. Ferrari” (2019), traz o duelo da fabricante de Maranello – dona da vitória nas seis edições anteriores – com a norte-americana, que naquele ano derrotou os italianos em um “Davi vs. Golias” moderno, que rapidamente tornou-se popular entre os fãs. A disputa de Ford contra Ferrari, inclusive, será muito em breve reeditada no FIA WEC, com a marca oval azul anunciando sua entrada na Hypercar para 2027.
Além de “Ford vs Ferrari”, outro filme que celebra a tradição da mais tradicional das 24 horas é a película homônima “Le Mans”. Estrelado por Steve McQueen e lançado no ano de 1971, a produção é também amada por gerações dos fãs de automobilismo e considerada até hoje uma das melhores sobre o tema já produzidas na história do cinema. Um clássico bem ao estilo de Le Mans que leva o espectador a uma verdadeira viagem no tempo.
Os bravos alemães
Porém, os maiores vencedores das corridas de longa duração vêm da Alemanha. A Porsche tem 19 vitórias nas 24 Horas de Le Mans, a última delas em 2017. A marca de Stuttgart é uma das mais amadas pelos ‘gearheads’, não só pelo modelo atual – o Porsche 963 – mas também pelo clássico 956, responsável por quatro vitórias em sequência em Le Mans (1982 a 1985). A mais imponente delas em 1983, na qual a marca fez os sete primeiros da prova e nove dos 10 primeiros. Feito imortalizado em uma aula de marketing: a marca alemã estampou em publicações da época um anúncio com os dizeres “Nobody’s Perfect” (ninguém é perfeito) junto do resultado da corrida, algo até hoje relembrado pelos fãs.
Entre Porsche com 19 e Ferrari com 12 vitórias em Le Mans, o segundo lugar na estatística pertence a uma fabricante que também marcou época e causava temor na concorrência: a Audi, com 13 triunfos – entre os anos 2000 e 2016, só não venceu em quatro edições. Contudo, quando o assunto é o FIA WEC, a Porsche é a segunda maior campeã, com quatro títulos (2015, 2016, 2017 e 2024). A Toyota, com seis (2014, 2018-19, 2019-20, 2021, 2022 e 2023), lidera o ranking. Além das duas, apenas a Audi foi campeã, em 2012 e 2013 – primeiros anos do campeonato.
Grid consagrado
Além de Porsche e Ferrari, outras cinco marcas presentes no grid já venceram as 24 Horas de Le Mans: a Toyota com cinco vitórias (2018 a 2022), a Peugeot com três (1992, 1993 e 2009) e Aston Martin (1959), Alpine (1978) e BMW (1999) com uma cada.
Já no Rolex 6 Horas de São Paulo, a atual vencedora e única a repetir triunfo é a Toyota. Inclusive, a marca garantiu sua primeira vitória no FIA WEC na primeira edição da prova brasileira, em 2012. A Audi venceu o evento em 2013, com a Porsche faturando em 2014 – também a primeira vitória da marca no FIA WEC.
Carros que são (e que podem ser) de rua
São duas as categorias, ou classes de carros, dentro do FIA WEC: Hypercar e LMGT3. Nas duas, a proximidade dos carros com modelos de rua é a receita que faz da fase atual do FIA WEC ser considerada pelos amantes do automobilismo a ‘era de ouro do endurance’. Isso ocorre pelo fato de os regulamentos do campeonato terem aproximado mais os carros de versões que podem chegar às ruas. Anteriormente, os modelos primavam por serem protótipos.
Na antiga LMP1, sem limite de custos e de desenvolvimento, os carros eram pensados especialmente para competição. Já na Hypercar, as regras permitem que uma montadora – se quiser – consiga legalizar seu carro para as ruas para vender no mercado. Algo que a Aston Martin, antes mesmo de entrar no campeonato neste 2025, já fez com seu Valkyrie e agora ganhou companhia: no último mês, a Porsche anunciou uma versão de rua de seu campeão 963, enquanto a Ferrari também já trouxe ao mercado uma versão de seu carro, a 499P Modificata, que pode apenas ser utilizada em pistas.
Entre os modelos GT, a mão de direção é praticamente a contrária, principalmente desde 2024 – com os GT3 substituindo os GTE, que possuíam mais peças exclusivas de carros de competição e que atualmente são substituídas por componentes comuns a carros de rua. Nesta classe, os carros GT – sigla para Gran Turismo – nascem para as ruas, mas com vocação para as pistas.
Com isso, o FIA WEC vem cada vez mais entrando no coração dos fãs de esporte a motor e criando a cada dia uma rivalidade sadia entre marcas dentro e fora da pista. Isso certamente incentiva pilotos e engenheiros a irem atrás dos últimos décimos atrás da glória oferecida pelo FIA WEC, um campeonato onde a máquina está em primeiro plano.
Então, entre os dias 11 a 13 de julho, acontece as 6 Horas de São Paulo, em Interlagos. E para conferir de perto, ainda dá tempo de garantir os ingressos. No total, são disponibilizados entradas individuais para treinos livres, classificação e corrida em quatro arquibancadas cobertas, além de passes para as áreas VIP.
Não perca mais tempo, acesse o link e escolha agora seus ingressos para não perder as 6 Horas de São Paulo do Mundial de Endurance em 2025 entre os dias 11 a 13 de julho. Mas corra, que as entradas estão se esgotando e você não pode ficar de fora, né?
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