O Jeep Clube do Brasil comemora 23 anos de atividades nesta quinta-feira. E para celebrar a data, a entidade off road mais antiga do país, junto com a Mesa Quatro Comunicações, oferecerá aos amantes do fora de estrada um bolo gigante, queima de fogos e show do grupo musical Meninos do Morumbi, a partir das 20 horas, no Ponto Off Road, encontro semanal dos jipeiros, que acontece todas as quintas-feiras, no Centro Desportivo Municipal Modelódromo do Ibirapuera, situado à rua Curitiba, 290 (ao lado do Círculo Militar).
A comemoração faz parte do Abril 2004×4, que pretende institucionalizar o mês do 4×4. O evento começou no dia 1º/04, com a apresentação do grupo de chorinho Tia Margarida. Na quinta-feira seguinte, dois grupos de atores (TV Nerd e Mix de Atores) agitaram o espaço, fazendo brincadeiras com o público. Malabaristas, cuspidores de fogo, pernas de pau e palhaços transformaram o Ponto Off Road em um circo, no dia 15. Depois das comemorações do aniversário do Jeep Clube, na quinta-feira, o grupo de percussão corporal Barbatuques fechará o evento no dia 29. A entrada para os eventos é gratuita, tanto para pedestres quanto para proprietários de veículos 4×4. Os carros 4×2 também têm estacionamento no local e o motorista paga R$ 8,00, com entrada pela rua Maurício Cardoso.
O grupo Meninos do Morumbi foi formado em 1996 e é o resultado de oficinas de canto, dança e percussão freqüentadas por mais de mil crianças e adolescentes de comunidades carentes da capital paulista. O repertório é composto por músicas folclóricas do Brasil e da África, e os ritmos brasileiros jongo, maracatu, samba-enredo, samba-de-roda, axé, maculelê, entre outros fazem parte da apresentação.
Como nasceu o Jeep Clube do Brasil
A história do Jeep Clube do Brasil começou com o jovem Nelson de Almeida Filho, que em 1974 precisava de um carro, mas como tinha pouco dinheiro optou por um veículo que ao mesmo tempo tivesse manutenção fácil e oferecesse segurança. O escolhido foi o que sobrou de um jipe militar Willys 1942, vindo da Segunda Guerra Mundial.
Com o carro em mãos, Nelson começou a reformá-lo. A empreitada que pensou que duraria dois meses durou dois anos. “Comprei o jipe em um ferro-velho, de um cara que comprava em leilões do exército brasileiro. Comecei a reformar o carro e um dia encontrei o livro ‘Jeep, o indestrutível’, de uma série sobre a Segunda Guerra Mundial. O veículo da capa do livro era muito parecido com o meu, então, depois de ler a história, comecei a recuperar todas as suas características originais. Descobri que o jipe não era um carro comum, mas o primeiro modelo de um novo conceito de veículos”, conta.
A partir de então passou a procurar peças originais, equipamentos militares e, assim, descobriu que outras pessoas também restauravam os antigos jipes. Conheceu outros aficionados por jipes e logo teve a idéia de fazer uma reunião, para juntar todo mundo e trocar informações sobre os carros. Dois anos depois de começar a reforma, conseguiu terminar e fez uma viagem ‘inaugural’ para o Rio de Janeiro, onde encontrou com diversos jipes de guerra reformados.
Foi só em 1981, porém, no I Salão do Automóvel Antigo, realizado no Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, que o Jeep Clube do Brasil foi oficialmente criado. “O dono de uma loja de carros antigos no bairro do Ipiranga, onde eu morava, me convidou para resolver um problema. Ele estava organizando o Salão do Automóvel Antigo e muitos donos de jipes queriam participar, mas ele não tinha uma ala para abrigar estes veículos. Então perguntou se eu já tinha criado o clube do jipe, porque os outros modelos antigos tinham seus clubes e os jipes ficariam deslocados. Ele cedeu o espaço no Salão e eu e o Nivaldo organizamos tudo. Foi assim que nasceu o Jeep Clube do Brasil”, conta Nelson, que virou a madrugada desenhando o logotipo do clube, inspirado em seu jipinho 42.
O Abril 2004×4 é organizado pelo Jeep Clube do Brasil e pela Mesa Quatro Comunicações, com patrocínio de Goodyear e Bardahl.