No próximo sábado, 24 de janeiro, enquanto o 17o Cerapió, o maior rally de regularidade do Nordeste, encerra-se com festa em Teresina, após 1.200 quilômetros rodados, em Guaíra, no Oeste paranaense, começa a vistoria técnica do 10o Transparaná, o maior raid da América do Sul, um mix de regularidade e trilhas muito difíceis que tem largada marcada para as 8 horas de segunda-feira, dia 26. No sábado seguinte, 31, será a vez da festa de encerramento do Transparaná, em Guaratuba, no litoral do estado, onde a caravana chegará depois de percorrer 1.800 quilômetros ao longo de cinco dias e dez etapas.
O Transparaná é dividido entre as categorias Máster, Sênior, Jeep, Pick-up, que está sendo lançada neste ano, e Adventure, puro passeio, fora da competição. Há 13 participantes com jipes Troller inscritos nas categorias Máster e Sênior. Na Máster, estão José Calixto e Lucas Magalhães, de Juiz de Fora, campeões da Copa Troller Sudeste 2003 na Graduados, e o piloto Cesar Augusto Bochnia, de Guarapuava (PR), terceiro colocado nessa categoria na primeira temporada da Copa Troller, no ano passado.
Esta é a primeira vez de José Calixto e Lucas Magalhães, que têm patrocínio da Belgo e apoio da Ipiranga, em um raid tão longo e difícil. “Sabemos que é uma prova muito dura, mas estamos bem entrosados, e temos um bom apoio, com dois mecânicos em um outro carro. Nossas expectativas são excelentes”, resume José Calixto.
Para Cesar Augusto Bochnia, este será o terceiro Transparaná. Com o navegador Alberto Minski Jr., seu parceiro na Copa Troller 2003, ele ficou em quinto lugar na geral de 1999 e em 20o em 2000, com problemas no equipamento. Agora, estréia navegador novo, Celso Góes, que já fez o Transparaná duas vezes e ficou entre os 10 primeiros em uma delas. “Estou retornando após quatro anos, é minha primeira vez com o Celso, que atualmente faz rally de velocidade. O mais difícil será estabelecer o entrosamento. É sempre o maior desafio no começo de uma dupla. Esperamos alcançar uma boa classificação”, comenta Cesar.
Às 10 horas de domingo, 25, terá início o prólogo que definirá a ordem da largada na manhã de segunda-feira, 26. Em sua décima edição, o Transparaná, realizado pelo Jeep Clube de Curitiba, tem novidades. Será a primeira prova do gênero realizada com aval ambiental no Brasil, afirmam os organizadores, no caso concedido pelo IAP – Instituto Ambiental do Paraná. As equipes receberão um kit ecológico, composto por galão, vasilha e sacos de lixo, e deverão obedecer a um rigoroso regulamento ambiental.
O roteiro percorre o Paraná de Oeste a Leste por estradas vicinais e trilhas de grandes dificuldades, exigindo muita resistência dos veículos e muita perícia de pilotos e navegadores. “O Transparaná nunca passa por reservas biológicas e ou mananciais. Os caminhos utilizados são pré-existentes, estradas públicas e alguns trechos de propriedades particulares. A preservação do meio ambiente é levada muito a sério e qualquer irregularidade com os veículos ou ações não compatíveis com a preservação da natureza são punidas com desclassificação”, explicam os organizadores.
A natureza, por sua vez, brinda os participantes com variado espetáculo de desafios off-road: poeira, lama, pedras e erosões. Como na última edição, espera-se que o primeiro dia seja mais fácil, ainda que, no verão, chova toda tarde na região, transformando a terra vermelha característica dali em um piso liso e escorregadio, coberto por um tipo de lama que adere aos pneus, recobrindo seus sulcos. Prevê-se que a etapa final, na Serra do Mar, seja a mais difícil. Começa em Curitiba, a 900 metros de altitude, vai a 1.200 metros e depois a zero, no fim da prova, na Praia de Leste.