400 competidores na largada em Clermont Ferrand e 163 na chegada em Dakar (41%), sendo 65 motos, 60 carros e 38 caminhões. Esta 26ª edição do Rally Paris-Dakar pôde ser considerada uma das mais difíceis. A última etapa realizada no Lago Rosa e que terminou numa praia de Dakar não mudou nada em relação aos resultados acumulados. Dois competidores conquistaram, pela primeira vez, a vitória: ‘Nani’ Roma nas motos e Stephane Peterhansel nos carros. Na categoria caminhões, Vladimir Tchaguine conquistou a sua quarta vitória na prova, sendo três delas consecutivas. Das 14 etapas disputadas (sem contar o prólogo), tiveram seis vencedores diferentes de especiais nas motos, oito nos carros e cinco nos caminhões.
Às 9h10 (7h10 horário Brasília) os competidores concluíram os 27 quilômetros e os vencedores já eram conhecidos. ‘Nani’ Roma (KTM n°4) pôde finalmente levantar os seus braços para comemorar a vitória. Um verdadeiro alívio: na edição de 2000 quando ele liderava a prova, faltando três dias para acabar o rali o motor de sua motocicleta explodiu. Agora, ele conseguiu ganhar e realizar um sonho de criança: “Quando eu era pequeno, minha mãe me deu um livro com a história do Dakar, desde sua criação até 1985. Todas as noites eu lia. Eu nunca imaginava pilotar uma moto, competir no Dakar e ganhar! É maravilhoso fazer parte desta história”. Liderando na classificação geral desde a oitava etapa (Atar-Tidjikja), ‘Nani’ conseguiu manter a posição até o final da prova. No pódio, o catalão dedicou a vitória para Heinz Kinigadner, o primeiro a trazer uma KTM para o Dakar. “Eu tenho sido frequentemente comparado à ele. As pessoas podem dizer que nem ele ou eu temos condições de vencer. Bom, agora eu consegui…”.
Cyril Despres (KTM n°2) conquistou a sua terceira vitória em uma especial (contando com a de hoje). Richard Sainct (KTM n°1) não teve uma boa performance (47º) pois teve problemas mecânicos: “Nesta manhã, tive problemas com a bateria. A moto parou de repente mas eu a consertei rapidamente. Tenho muita sorte de estar aqui”.
Segundo ‘Nani’ Roma, ele é fã número 1 do vencedor deste ano nos carros: “Peterhansel é meu herói. Lembro-me em 1993, durante uma prova de enduro em Assen que eu aproveitei o fato dele estar no chuveiro para roubar a sua camiseta e as suas meias. Eu ainda tenho”. Stephane Peterhansel (Mitsubishi n°203) virou o segundo competidor após Hubert Auriol a ganhar ambas as categorias carro e moto. O francês dominou o rali quase que do início (a partir da terceira etapa) e por pouco não perdeu a liderança para o seu principal rival e companheiro de equipe Hiroshi Masuoka (Mitsubishi n°201) por dois dias (etapas 6 e 7). “É um grande alívio e uma alegria enorme que eu compartilho com o meu co-piloto Jean-Paul Cottret. Em uma moto você está sozinho mas desta vez nós construímos a vitória juntos”. Na chegada de hoje, o francês recebeu os parabéns via fax do ministro de esportes da França.
Na categoria caminhões, Vladimir Tchaguine (Kamaz n°414) conquistou a sua quarta vitória no Dakar (2000, 2002, 2003, 2004) enquanto o novato Hans Stacey (DAF n°442) finalizou a prova vencendo a especial de hoje. No pódio do Dakar, Tchaguine viu o seu companheiro de equipe e vencedor de 6 etapas, Firdaus Kabirov (n°412), subir no segundo degrau e Gerard De Rooy (DAF n°417) no terceiro.