Calor de 50 graus, estradas com bifurcações para todos os lados, árvores pelo caminho, areia fofa, poeira, diversos vilarejos e longos 478 quilômetros cronometrados num total de 734. E atenção redobrada para não errar a rota era o principal desafio. Assim foi a 13ª etapa do Rally Paris-Dakar, disputada nesta quarta-feira entre Bamako, capital do Mali, e Ayoûn El Atroûs, um vilarejo encravado no deserto da Mauritânia.
“Não foi fácil ficar dentro do carro de macacão e capacete com essa temperatura durante seis horas e meia contra o relógio. Eu abria a janela para entrar vento, mas o ar estava mais quente ainda”, narrou Klever Kolberg, da equipe Petrobras Lubrax.
A rotina dos pilotos começou antes mesmo do sol esquentar, ainda de madrugada. Como o deslocamento era longo, com 230 quilômetros, a saída do acampamento de Bamako foi feita no escuro. “Eu tive que acordar às três da manhã para largar duas horas depois. Isso acaba com as energias”, disse Klever, que não resistiu ao cansaço e cochilou enquanto aguardava a largada do trecho cronometrado.
Kolberg e Lourival completaram o trecho sem problemas. “O Roldan fez uma ótima navegação, uma das maiores exigências do dia. Você tinha várias opções para errar o caminho. Quem abriu aquelas estradas devia estar embriagado, pois não havia uma reta sequer”, contou o piloto. Kolberg e Roldan ficaram em 13º na etapa e estão conseguindo manter a nona posição na somatória dos tempos.
E para fechar o dia com “chave de ouro”, nada de conforto no acampamento. “Ayoûn é o lugar onde o Judas perdeu as botas. Fica literalmente no meio do nada”, reclamou Kolberg no final da tarde.
Os demais integrantes da equipe Petrobras Lubrax também completaram a etapa. Jean Azevedo, de moto KTM 700, chegou em 14º na geral, a mesma posição no resultado acumulado. Já André Azevedo e os checos Tomas Tomecek e Mira Martinec tiveram problemas. “Batemos num toco e rasgou a lateral do pneu. Perdemos quase 12 minutos. Se não fosse isso talvez teríamos vencido a etapa, já que ficamos apenas 4m56s do primeiro”, lamentou André. Mesmo assim eles conseguiram reduzir a diferença para o líder Vladimir Tchaguine (agora de 44m28s) na classificação acumulada.
Nas motos, o vencedor do dia foi o francês David Fretigné, de Yamaha com tração nas duas rodas. Nos carros, o ex-campeão mundial de rali de velocidade e estreante no Dakar, Colin McRae, faturou a primeira etapa da carreira no evento. Nos caminhões, Karel Loprais chegou na frente.
Mecânicos de folga
Os mecânicos terão uma noite de “folga”. A etapa de quinta-feira será “maratona”, quando os próprios pilotos terão que fazer a manutenção dos veículos depois do trecho Ayoûn El Atroûs e Tidjikja, na Mauritânia. As equipes de assistência vão seguir direto para Nouackchot. “Além da preocupação em acelerar e não errar o caminho, precisaremos cuidar do nosso Mitsubishi Pajero Full. Ainda bem que o nosso carro está ótimo, sem problemas até agora. Os pneus Pirelli ATR, desenvolvidos no Brasil, também têm nos ajudado muito. Hoje um dos pneus chegou a rasgar quando bati numa pedra, mas não furou. Impressionante”, disse Kolberg.
Mais informações no site www.parisdakar.com.br
A Equipe Petrobras Lubrax tem patrocínio da Petrobras, Petrobras Distribuidora, Mitsubishi Motors do Brasil, Pirelli, e apoio da Minoica Global Logistics, Banco DaimlerChrysler, Controlsat Monitoramento Via Satélite, Eurofarma, Planac Informática, Mitsubishi Koala, Mercedes-Benz Caminhões, Nera Telecomunicações, Telenor Satellite Services AS, Kaerre, Capacetes Bieffe, Lico Motorsports, Artfix, Adventure Gears, ZF do Brasil, Behr, Sadia e Dakar Promoções.