O 5º dia da 1ª Expedição Troller Ipiranga – Chuí

Na última segunda-feira, 12 de janeiro, as 70 pessoas que fazem a 1a Expedição Troller Ipiranga – Chuí a bordo de 29 jipes Troller, partindo de São Paulo, chegaram ao seu destino final, o extremo Sul do território brasileiro. Mas, afinal, de contas, que diabos é o Chuí, além de um ponto no mapa e uma bela confusão de nomes?

Chuí é uma cidade de seis mil habitantes que fica na fronteira de 1003 quilômetros entre o Brasil e o Uruguai, onde há outra cidade, chamada Chuy. Até 1995, era parte do município de Santa Vitória do Palmar, que fica a dez quilômetros, tem 30 mil habitantes, localiza-se num istmo na península do Albardão, isolada, de um lado, pelas lagoas Mangueira e Mirim e, de outro, pelo banhado do Taim, tendo o Oceano Atlântico ao Leste. A única estrada que as liga ao resto do País, a BR 471, foi aberta no governo Dutra, de 1946 a 1951, e asfaltada apenas em 1970. Lá, vive-se da cultura de arroz irrigado e criação de gado para venda de couro, muito valorizado por sua qualidade, pois não há carrapatos, além do turismo.

Mas é em Santa Vitória do Palmar, e não no município de Chuí, que fica o ponto mais meridional do Brasil: o Farol da Barra do Chuí, situado na praia homônima, tendo ao lado o Arroio Chuí, um canal que liga cursos d’ água, como indica seu nome, delimitando a fronteira entre o Brasil e o Uruguai à beira-mar. Dada a mobilidade do seu leito, o arroio é contido pelos molhes construídos para manter fixa a divisa entre os dois países. Desemboca no mar ao lado do farol.

“A chegada propriamente dita ao nosso destino foi vibrante!”, conta Jaqueline Araripe, diretora do Núcleo de Eventos da Troller e coordenadora da expedição. “Emocionante é a palavra para descrever o que foi”, diz Carlos Eduardo Meirelles, diretor de marketing de lubrificantes da Ipiranga, cidadão do Rio Grande, também terra da Ipiranga, e idealizador da aventura.

“Foi a concretização de um sonho levar tanta gente assim para conhecer um pouco da região onde nasci. Teve gostinho de infância”, ele confessa. “É uma região aparentemente desértica, mas que tem milhares de formas de vida vegetais e animais, as aves migratórias, organismos que a gente não vê a olho nu. Não se tem esse visual todo dia. É também bastante inóspita. Não dá para ir sozinho ao Chuí pela praia. Se você atolar ou seu carro quebrar você fica lá sozinho. Andar em grupo é fundamental.”

O comboio de Trollers saiu do Balneário do Cassino pela praia homônima, pegou a BR 471 quando chegou ao limite da Estação Ecológica do Taim, que também abrange um trecho do litoral, desceu pelo asfalto e voltou a entrar na praia depois do outro limite da estação, ao Sul. O programa do dia teve visitas aos Molhes do Arroio Chuí e, na volta, ao Concheiro, um trecho de praia junto ao Farol do Albardão em que o piso é feito de milhões de pequeninas conchas em fragmentos. Na cidade do Chuí, as pessoas se espalharam para ir às compras nos freeshops dos dois lados da fronteira e, ao invés do churrasco planejado, cada um ficou livre para almoçar onde quisesse.

A longa viagem de mais de 400 quilômetros, ida e volta, começou às nove da manhã e acabou às onze da noite, quando a caravana chegou de volta ao Cassino. Por causa do lento e cuidadoso deslocamento nas faixas de praia, acabou ficando tarde e não houve tempo hábil para a visita ao interior da Estação Ecológica do Taim e nem para o banho na Lagoa Mirim na área que fica fora dela.

Mas não foi isso – nem os animais silvestres mortos encontrados pelo caminho e tampouco o lixo de outros oceanos jogados na praia pelas correntes marítimas – o que ficou na cabeça das pessoas que fizeram a expedição. Tampouco foi a performance do Troller T4 2.8 Turbodiesel no asfalto e fora-da-estrada ou a mesmo a beleza dos lugares por onde se passou. O que mais encantou a todos foi a cumplicidade e intimidade que se estabeleceu entre o grupo.

“Parecia que todos nos conhecíamos há muito tempo”, diz Maria Inês Varotti, de São Paulo, que fez a viagem com o marido Luís Carlos, e ficou extasiada com as praias do Sul cheias de aves. Para o executivo Carlos Alberto da Veiga Soares, do Rio de Janeiro, acompanhado dos filhos de 10, 13 e 17 anos, “a viagem foi deslumbrante, repleta de maravilhas da natureza e foi uma experiência de vida fantástica para mim e minhas crianças, mas a segunda melhor coisa foi que parecia que o grupo se conhecia há 30 anos”.

O médico Luís Marcelo Aiello Viarengo e a esposa Sílvia Regina, de Jundiaí (SP), concordam. Estão acostumados aos passeios de fim de semana e feriadões do Núcleo de Eventos da Troller, a partir de São Paulo. Entretanto, ele não havia experimentado o que sentiu desta vez: ficou mais reflexivo sobre a existência e mais voltado para seu próprio interior, mais próximo de si. “Encontramos coisas nessa viagem que nem imaginávamos. A gente volta um pouco mais amadurecido. É uma aventura inesquecível”, ele afirma.

Na manhã desta terça-feira, 13, começou o retorno da expedição. Parte do comboio segue do Balneário Cassino, no Rio Grande, até Joinville (SC) – e não mais Criciúma, como originalmente previsto – e na quarta-feira prossegue viagem até São Paulo: 1.600 quilômetros de asfalto. Para os outros, a viagem continua para destinos diversos: Punta Del Leste, no Uruguai, Canela e Gramado, jóias da serra gaúcha, e Palmeira das Missões, no Norte do Rio Grande do Sul.

A 1a Expedição Troller Ipiranga – Chuí saiu de São Paulo na última quinta-feira, 8 de janeiro. Parou em Joinville, Porto Alegre e Rio Grande, onde permaneceu baseada no Balneário Cassino, e no domingo passou o dia na cidade, visitando os Molhes da Barra, a primeira refinaria da Ipiranga e do Brasil, e o Museu Oceanográfico, com palestra do diretor Lauro Barcellos sobre o ecossistema da região.

No domingo, os expedicionários foram recepcionados por Elisabeth Telecchea, diretora superintendente da Ipiranga, em jantar no Rio Grande Yacht Clube. “Ela ficou muito contente com a expedição e muito agradecida. O Rio Grande é uma cidade carente desse tipo de evento”, conta Meirelles, que permaneceu na cidade para encerrar suas férias em companhia de familiares.

A 1a Expedição Troller Ipiranga – Chuí tem patrocínio da Ipiranga e apoio da Lubrizol do Brasil, sua fornecedora de insumos.



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.