Bem-vindos à Burkina Fasso! Após uma rápida passagem pelo Mali, a 26ª edição do Rally Paris-Dakar se encontra agora na cidade de Bobo Dioulasso para o “verdadeiro” e merecido dia de descanso que será realizado amanhã, dia 12 de janeiro. Desta vez, os competidores de moto pilotaram, juntamente com os carros e caminhões, um trajeto de 530 quilômetros de deslocamento de Bamako até Bobo Dioulasso.
O deslocamento que levou a caravana do Dakar até Burkina Fasso (4º país da prova) foi maior que o esperado. “Foi um pouco chato! Agora a coisa mais importante a fazer é descansar”, admitiu Richard Sainct (KTM n°1). Outros pilotos como David Fretigne (Yamaha n°12) afirmaram: “não vejo a hora de voltar para a corrida!”.
Na verdade, os pilotos de ponta não estão gostando muito dessa “folga” forçada no meio do rali. “Nós teremos que encontrar novamente o ritmo da corrida que perdemos estes dias, e rápido”, afirmou ‘Nani’ Roma (KTM n°4). Já Gerard De Rooy (DAF N°417), no alto de seu caminhão, contou: “Mesmo os deslocamentos destes dois dias foram difíceis. Eu achei o de ontem mais duro que a especial entre Tidjika e Nema! Mas esta longa pausa na prova tem um incoveniente, a quebra do ritmo.”
Nos carros, a principal dúvida está relacionada aos carros da Nissan de Ari Vatanen (Nº205) e de Colin Mc Rae (Nº202). Onde eles estão? Às 12h30 (10h30 horário Brasília) eles estavam entre os nove carros que ainda não haviam chegado à Nema, final da etapa 9. Poucas horas depois, às 16h30 (14h30 horário Brasília), Mc Rae foi visto indo em direção à Bamako após passar pelo posto de controle em Nema. Já Vatanen parou a 110 quilômetros de Nema com problemas na transmissão do carro. De acordo com Fred Gallagher, porta-voz da Nissan: “Nós estamos esperando por Colin amanhã em Bobo, mas não temos certeza sobre Ari!”
A organização falou aos competidores que se eles chegarem até a cidade de Burkina antes das 18h30 GMT no dia 12 de janeiro, eles serão autorizados a voltar à corrida. Para Bruno Saby (Volkswagen n°221), sétimo lugar na classificação geral: “O deslocamento foi cansativo mas tenho certeza que há muita gente que ficou feliz com isso, os competidores de motos, por exemplo. Depois de amanhã, eles estarão de volta à competição. Eu não gosto do dia de descanso. Amanhã nós teremos uma reunião para pensar como deverá ser a pilotagem das próximas etapas”.
Enquanto isso, o debate sobre a dificuldade do rali estava em andamento. 202 abandonos foram registrados até agora nessa 26ª edição após somente 9 etapas. Pouco mais de metade dos competidores que saíram de Clermont-Ferrand não estão mais na prova.
Em seu terceiro Dakar (um como navegador e dois como piloto) Gerard De Rooy (DAF n°417) acredita que “este está sendo o mais difícil de todos. O do ano passado pode ser considerado umas férias comparado à este”.