O piloto de moto Jean Azevedo, que nas duas últimas etapas do Rally Paris-Dakar sentiu dores no ombro por causa de uma cirurgia que fez em agosto após sofrer acidente no Rally dos Sertões, terá a prova de fogo nesta quarta-feira. A etapa será uma das mais longas deste ano, com 1.055 quilômetros no total, sendo 701 cronometrados.
“O problema maior é que eu fico sem força no braço direito, e se eu perder o controle da moto por causa disso, posso sofrer um acidente. Aí a situação ficará mais complicada”, afirmou o brasileiro da equipe Petrobras Lubrax mostrando uma cicatriz de aproximadamente seis centímetros. Ele precisou colocar dois pinos no úmero e passou por várias sessões de fisioterapia antes de viajar para o rali.
Ele sentiu as dores no Dakar 2004 na primeira etapa longa, com 337 quilômetros, entre Er Rachidia e Ouarzazate, na segunda-feira. Hoje, com 351 cronometrados, o ombro voltou a incomodar. “Amanhã (quarta) o trecho será longo e com muitas dificuldades no terreno, com dunas, onde ter força é essencial”, afirmou.
Jean sabe que está sem condições físicas para brigar pelas primeiras colocações neste momento da prova. “Não dá para acompanhar o ritmo dos ponteiros. E como dizem os meus amigos mineiros, vou ‘comendo pelas beradas’”, disse ele. “No Dakar não se ganha; os outros é que perdem”, analisou.
Mesmo sentindo fortes dores no ombro, o brasileiro vem conseguindo bons resultados com a KTM 700 cilindradas. Nesta terça-feira ele ficou em 15º na geral e subiu duas posições na classificação geral acumulada, aparecendo em 12º.
O acidente
Jean Azevedo sofreu o acidente na primeira etapa do Rally dos Sertões 2003, dia 24 de julho, entre Goiânia e Padre Bernardo, em Goiás. Ele bateu a 140 quilômetros por hora numa porteira de arame que estava fechada. Com o impacto, ele foi arremessado vários metros. O piloto sofreu a cirurgia dias depois.
Para se recuperar, fez várias sessões de fisioterapia durante dois meses. Ele voltou a correr no Rally do Café, que faz parte do Campeonato Brasileiro de Cross Country. Como eram etapas curtas, sem dificuldades, Jean não sentiu nada.
O primeiro sinal de que o ombro ainda não estava 100% foi dado durante treinamentos no deserto do Atacama, no Chile, em novembro. Na companhia do chileno Carlo de Gavardo, Jean simulou etapas parecidas com o Dakar em dunas com até 80 metros de altura, pilotando até 500 quilômetros por dia. Ali surgiram as primeiras dores.
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