Velocidade não é uma exclusividade de pilotos e navegadores mais experientes no Campeonato Brasileiro de Rally. Os jovens talentos também estão presentes nas principais disputas. Ainda são minoria, é verdade. Somente oito por cento dos competidores, entre pilotos e navegadores, têm idades entre 17 e 21 anos. Um grupo que vem crescendo e incomodando cada vez mais quem anda na frente, para a alegria dos fãs do Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade, que tem sua próxima etapa marcada para os dias 16, 17 e 18 de setembro, em Ouro Branco (MG).
O piloto Bernardo Koller tem 21 anos e corre no rally de velocidade desde 2002. Para ele, ser novo e correr no meio de tantos pilotos experientes é muito difícil. “No rally de velocidade a experiência conta muito. A dupla deve estar por dentro de tudo nas provas, estar tranqüila, não ceder às pressões, saber fazer um bom levantamento dos trechos e administrar muito bem o tempo. Desta maneira, o conhecimento dos mais antigos na categoria se sobressai”, declara Koller. O piloto considera que o fato de ser jovem lhe dá vantagem para o futuro, pois o tempo de aprendizado será um aliado. Seu navegador, Rafael Baggio (20 anos), seu irmão, Rafael Koller (19), e o navegador de seu irmão, Márcio Schaefer (20), também estão começando na categoria.
Luis Fernando Trevisan, com 19 anos de idade, acredita que é um aprendizado e tanto correr no meio de pilotos mais experientes. “No rally existe um ponto muito positivo: todos se ajudam. Aprendo muito com os ensinamentos e dicas dos mais antigos da categoria”, confessa Nando, como é conhecido pelos competidores. O piloto começou a carreira de piloto no kart, em 2000. No início de 2003 comprou o carro para disputar uma etapa de rally de velocidade, mas ainda não havia idade suficiente para correr. Ele e seu navegador, Anderson Zini (17), só conseguiram realizar a primeira prova na categoria na última etapa daquela temporada. “Somos novos, mas já tivemos até a experiência de capotar o carro”, conta Luis Fernando Trevisan.
Bernardo Koller, que sonha um dia disputar o WRC (Campeonato Mundial de Rally de Velocidade), foi impulsionado a correr no rally de velocidade pelo pai, Roland Bernardo Koller, que disputou algumas temporadas na modalidade. “O mundo do rally é fascinante. A integração entre o público e a natureza com o carro é algo único”, destaca Bernardo Koller. Já para Luis Fernando Trevisan, o que mais é valorizado no rally são as amizades. “Mas as especiais de alta velocidade com muita adrenalina também são muito boas”, brinca o piloto.
Se depender do histórico, Bernardo Koller pode partir bem otimista para a prova de Ouro Branco, a próxima do calendário. Ele foi o vencedor na categoria A6 (carros 1.6 com preparação livre) na prova disputada na cidade mineira no ano passado. “Andamos muito bem lá no ano passado e vamos tentar repetir o desempenho. Porém, o Rally de Ouro Branco é muito difícil. As diversidades de piso, bem como a alternância de trechos travados com rápidos e estradas largas com estreitas merecem muita atenção”, destaca o piloto, que completa ressaltando o carisma que o público local tem com o rally.