Rally dos Sertões: Calor castiga pilotos em Tocantins

Os pilotos do 11º Rally Internacional dos Sertões sentiram hoje na pele o conceito de que o Brasil é, de fato, um país de dimensões continentais. Em pleno mês de julho, inverno em todo o Hemisfério Sul do planeta, os competidores da aventura de mais de 4.000 km entre Goiânia e São Luís enfrentaram um calor acima de 40º C na especial de hoje, que saiu de Porangatu (GO) e terminou em Palmas, na capital do Tocatins.

“Não dá para acreditar que se trata do mesmo país que passa frio no inverno. Nesta mesma época do ano, já disputei provas na região de São Joaquim, em Santa Catarina, e as temperaturas ficavam abaixo de zero”, conta Alfredo Yahn (Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio, Bandag e MWM), campeão do Sertões em 2001 competindo com um Volkswagen 8.150.

O calor só complicou ainda mais a dura rotina dos mais de 200 competidores nas trilhas em meio ao cerrado brasileiro. O trecho cronometrado de hoje era o mais longos do rali, com 215 quilômetros. O terreno era marcado por cascalho e muitas lombas, que faziam os veículos saltarem em alta velocidade.

“Foi um dia bastante técnico, e mais uma vez as quebras foram a marca do dia no Rally”, explica Luciano Cunha (Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio, Bandag e MWM), atual campeão brasileiro de cross country na categoria caminhões.

O piloto da Yahn Racing foi uma das vítimas do calor da região Norte do país. O motor de seu Volkswagen teve problemas e, com isso, o piloto ficou parado por muito tempo na especial. Cunha não completou o percurso no tempo mínimo estabelecido pela organização e por isso será penalizado em 3 horas.

“Isso certamente vai atrapalhar meus planos para lutar pelo título, mas não vamos desistir facilmente. Outros dois competidores também ficaram parados no dia anterior. Isso pode acontecer também com os líderes”, diz Carlos Brites, navegador de Cunha.

Entre os carros, Riamburgo Ximenes e Edio Fuchter, ambos da Chevrolet, tiveram problemas e perderam muito tempo na especial de hoje, vencida por Guilherme Spinelli, da Mitsubishi. Nas motos, a vitória de hoje ficou com Juca Bala e, nos caminhões, de Ricardo Domingues.

A equipe Yahn Racing tem patrocínio de Mahle, Continental, Volkswagen Caminhões, Asa Alumínio, Bandag e MWM; e apoio de Arvin Meritor, Maxion Rodas, Tietê Veículos, Monroe, Corneta, Kidde Yanes, Rassini NHK, Delga, Master, Teleflex Morse Borg Warner, Eaton, Flex Fab, ZF Direções.

Classificação da 3ª especial do dia do Rally dos Sertões:

Caminhões:

1. Ricardo Domingues/José Saraiva, a 2h41m26s

2. Carlos e Guido Salvini, a 3m48s

3. Luís e Marcus Matheus, a 26m47s

4. Alfredo Yahn/João Herrmann, a 35m41s

5. André Azevedo/Robson Oliveira, a 37m05s

Carros:

1. Guilherme Spinelli/Marcelo Vívolo (Mitsubishi), 2h08m50s

2. Edu Piano/Nilo de Paula (Mitsubishi), a 2m29s

3. Reinaldo Varella/Edgar Fabre (Mitsubishi), a 5m20s

4. Paulo Nobre/Dico Teixeira (Mitsubishi), a 8m37s

5. Franco Giaffone/Alberto Fadigatti (Mitsubishi), a 9m18s

Motos

1. Juca Bala, 2h34m04s

2. Tiago Fantozzi, a 3m04s

3. Marco Antônio Pereira, a 4m46s

4. José Hélio, a 4m55s

5. Fabrício Marchesi, a 6m09s

“CAUSO” DO DIA

Pesca certeira

“Um pouco antes do início da especial, senti que o caminhão poderia ter problemas com a direção hidráulica. Por isso, resolvemos comprar o óleo da peça para evitar dores de cabeça mais para frente. Só que estávamos realmente muito longe de uma cidade média, e paramos num vilarejo chamado Mimoso de Goiás. Foi quando, no posto, nos informaram que o único lugar em que poderíamos encontrar o tal óleo era na secretaria municipal de transportes. O lugar estava fechado, mas conseguiram localizar o secretário pescando em um lago próximo dali. Fomos atrás e, depois de alguma procura conseguimos comprar o óleo, que acabou sendo usado para resolver um problema no caminhão do Luciano Cunha, meu companheiro de equipe” (Alfredo Yahn, piloto).



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