Longe, muito longe das melhores condições físicas, Cacá Bueno estendeu neste domingo o seu domínio na Copa Fiat. Mesmo sofrendo as consequências de uma infecção bacteriana que o persegue desde o início da semana, o piloto carioca conquistou o tricampeonato ao chegar em segundo na abertura da rodada dupla final no circuito gaúcho do Velopark. Com o 8º lugar de André Bragantini, seu único rival na corrida rumo ao título, Cacá não poderá mais ser alcançado no encerramento do calendário na prova da tarde. A vitória – a primeira na série de turismo do Racing Festival – foi de Thiago Camilo, que saiu na pole, cravou a melhor volta e liderou de ponta a ponta.
Esforçando-se até para sorrir durante cerimônia de entrega dos troféus, Cacá sentou no pódio logo depois do tradicional banho de champanha. Estava completamente exaurido. “Foi o fim de semana mais difícil da minha vida. Faz 25 anos que estou no automobilismo e jamais faltei a uma corrida, mas desta vez isso quase aconteceu. Nunca dediquei um resultado a ninguém, nem mesmo quando minha mãe morreu, mas hoje tenho de agradecer à minha mulher. A Talita ficou quatro dias cuidando de mim, sem dormir, me alimentando, me dando banho, como se eu fosse um bebê. Se não fosse ela, hoje eu não estaria aqui”, afirmou.
Cacá largou em segundo e manteve a posição até o final, apesar da pressão exercida em boa parte da prova pelo mineiro Clemente Faria, que completou o pódio. “Nunca passei tão mal dentro de um carro. Fiquei concentrado em não desmaiar, não fazer besteiras, não correr riscos”, disse. Foi o 9º título do carioca de 36 anos: quatro na Stock Car, três na Copa Fiat, um no Superturismo Sudam e um na Stock Car B. Neste ano, ganhou cinco provas na Copa Fiat e largou três vezes na pole. A presença na segunda corrida ainda é incerta. “Vou ver com calma, mas o bom-senso recomenda que eu não corra.”
Com 142 pontos, Cacá não pode mais ser alcançado por André Bragantini. O rival soma 124 e restam apenas mais 15 em jogo, descartados os dois piores resultados. Derrubado pela quebra no suporte do motor que o impediu de abrir volta nas tomadas classificatórias e relegado ao último lugar do grid, Bragantini chegou a ocupar a 6ª posição, mas levantou o pé para terminar em 8º e, assim, garantir o direito de largar na pole no complemento da programação.
Camilo, em sua segunda participação na Copa Fiat depois de quase dois anos de ausência, reconheceu que o trabalho não foi dos mais complicados. “Foi uma corrida tranquila, pois o carro estava bem acertado. Só tive um problema no engate das marchas no meio da prova que permitiu que o Cacá se aproximasse, mas aí comecei a usar a embreagem para trocar as marchas e tudo voltou ao normal. Largando em 8º na segunda bateria, vou pensar em me divertir e realizar várias ultrapassagens, já que não estou disputando nada e as principais posições do campeonato já estão definidas.”
A segunda corrida, com transmissão ao vivo pelo SporTv3 e pelo site www.brmtv.com.br, tem largada marcada para as 13h20.
O resultado da prova:
1 – Thiago Camilo, 24 voltas em 26:19.147
2 – Cacá Bueno, a 4.032
3 – Clemente Faria Jr., a 4.441
4 – Cesinha Bonilha, a 6.363
5 – Popó Bueno, a 6.714
6 – Christian Fittipaldi, a 16.295
7 – Luir Miranda, a 18.971
8 – André Bragantini, a 20.166
9 – Ulisses Silva, a 22.378
10 – Leonardo Nienkotter, a 22.687
11 – Wellington Justino, a 40.407
12 – Mauri Zaccarelli, a 42.742
13 – Fernando Nienkotter, a 44.234
14 – Carlos Eduardo, a 46.794
15 – Rogério Motta, a 1 volta
Não completaram
Giuliano Losacco, a 11 voltas
Rogério Castro, a 1 volta