Neugebauer/Barrichello fala de susto com pneu em final e exalta título na Porsche Endurance: “O que é nosso, é nosso”

Werner Neugebauer e Rubens Barrichello foram os grandes campeões da Porsche Endurance da temporada 2024. No último sábado (16), a vitória não veio nos 500km de Interlagos, mas o resultado foi suficiente para que a emocionada dupla conseguisse erguer o troféu ao final do campeonato.

É claro que a conquista veio com uma pitada de drama ao longo das 4h de prova no Autódromo José Carlos Pace. Os companheiros do Porsche #8 chegaram rigorosamente empatados com Marçal Müller e Enzo Elias e, portanto, a briga para coroar os campeões não seria fácil, como os próprios chegaram a dizer.

Na classificação, então, Marçal/Enzo alinharam na pole e Werner/Rubens em oitavo, obrigando uma prova de recuperação. Mas lutando, como também fizeram questão de reforçar, garantiram a vitória do primeiro segmento da corrida, que marcou a primeira metade da prova, e assim somaram já alguns importantes pontos.

Ainda, na volta 100 de 117, Barrichello levou um susto e pensou ter sofrido um furo no pneu, foi aos boxes, mas nada constatado, voltou para o traçado e, assim, cruzou a linha de chegada em 13º, suficiente para levar o caneco de 2024.

Fazendo um balanço da corrida e até mesmo da temporada, Barrichello não escondeu a emoção e o desejo da vitória. “Na verdade, a gente pode entender a parada mais por um lado espiritual. Eu entrei na última curva com a sensação e o barulho do pneu era pick up, sabia disso, mas estava muito traseiro. O Marçal (Müller) teve um problema na corrida exatamente no Café, e quando entrei naquela curva eu dei uma traserada e pensei ‘cara, furou’”, falou em entrevista coletiva com presença do F1MANIA.NET após a prova.

“Então, como eu, um cara que viveu tantas coisas, estudamos aqui nossa corrida, mostrou todas as contas para mim, o Arthur mostrou todas as contas de como era, pensei que era melhor não arriscar. Digo pelo lado espiritual porque assim que eu parei, teve uma situação que vou te falar, zerou. Então, talvez não era para chegar ao pódio, mas era o sofrimento para poder mostrar que a vida pode ser sofrida se você quiser que ela seja, mas ela também pode ser muito boa pelo lado da luta”, seguiu.

“Aí, no final, meu carro estava muito bom e perguntava se precisava passar o #544, me falavam que não e era só seguir. Aí fiz uma pergunta e ficou um silêncio, aí decidi fazer a justiça do meu jeito, não vou esperar, e meu carro estava realmente muito bom, nosso carro estava muito bom, pude fazer a ultrapassagem, enfim. Se a gente estivesse em terceiro com aquele carro, provavelmente a gente não aceleraria a metade porque o campeonato é muito mais importante do que uma vitória”, completou.

Rubens ainda aproveitou para elogiar o companheiro Neugebauer. “Então, quando a gente acha que é difícil, pode ser, mas pode ser muito bom também, estou muito feliz em dividir isso com o ‘menino’ Werner aqui do meu lado que é muito dedicado, mas também viu o quanto eu não me entrego. Ele estava correndo, fui verificar algumas coisas junto com ele, o que aconteceu em Termas que não éramos competitivos, e conseguimos uma harmonia que estávamos o tempo inteiro. Que ia ser difícil nós sabíamos, mas éramos competitivos e somos merecedores”, completou.

Werner também fez questão de ressaltar não apenas a emoção, mas como a dupla foi até o fim para buscar o título. “Na verdade, ganhamos em Portugal, e em Termas, como ele falou, não tínhamos o melhor carro, tínhamos algum problema que não sabíamos o que era. E aí, ele puxou isso, encabeçou isso, foi atrás, técnico como é, e a gente veio para cá disposto a lutar. A classificação não foi boa, mas tínhamos 4h de corrida pela frente, tudo pode acontecer, tudo aconteceu, e fomos lutando até o final e deu certo. Hoje de manhã ele me falou ‘que o que é nosso, é nosso’. Foi isso, é nosso”, encerrou.



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