NASCAR Brasil: Em nova fase, carros agora são preparados por equipes independentes

A temporada 2025 da NASCAR Brasil marca uma mudança significativa na estrutura técnica da categoria. Diferente dos anos anteriores, em que a própria organização centralizava a preparação dos carros, agora a responsabilidade pela montagem, acerto e manutenção dos veículos foi transferida para quatro equipes independentes: Full Time Sports, MX Vogel, RMattheis e Team RC.

A decisão acompanha a evolução da categoria e tem como objetivo ampliar a competitividade e o nível técnico das disputas. Ao entregar a preparação dos carros para times com vasta experiência no automobilismo nacional, a NASCAR Brasil estimula o desenvolvimento de soluções próprias dentro do regulamento, elevando o padrão do campeonato e aproximando o modelo brasileiro das práticas utilizadas em competições internacionais.

“Era uma estratégia que a gente tinha já de 3, 4 anos de deixar a categoria de ser monogestão para passar para as equipes. Então acho que achamos o momento certo para isso. Tivemos a oportunidade de ter as quatro principais equipes do Brasil”, disse Thiago Marques, CEO da NASCAR Brasil, com exclusividade ao F1Mania.net.

“Eu acho que a gente está começando um trabalho, um desafio diferente, um desafio novo, aprendendo bastante coisa em termos da gestão da categoria e as equipes também, entendendo os carros. Então eu acho que daqui em diante o campeonato começa de verdade. Foram duas corridas talvez até um pouco turbulentas, mas eu acho que a partir de hoje (Interlagos) a coisa vai mudar, as equipes já vão estar mais em sintonia com o carro e vai ser super legal essa competição.

Thiago Marques e Daniel Suárez
Foto: Clayton Medeiros

Na prática, cada equipe passou a contar com autonomia técnica para ajustes de acerto fino, estratégias de performance e suporte mecânico. Embora o chassi, a motorização e a carroceria sigam padronizados, os times têm liberdade para explorar variáveis como geometria de suspensão, aerodinâmica básica, alinhamento e regulagens de setup para cada pista do calendário.

“Usamos o modelo da NASCAR dos Estados Unidos como modelo de gestão aqui no Brasil, temos um suporte técnico, comercial e de marketing deles. Tentamos trazer o máximo possível do que eles fazem lá e como a gente, o tamanho do automobilismo nos Estados Unidos é muito pela NASCAR, duas vezes maior que a Fórmula 1 lá nos Estados Unidos. Acreditamos que esse modelo serve para o Brasil e é nisso que estamos trabalhando, para chegar lá”, disse Marques.

Essa nova dinâmica já mostra reflexos nos resultados. Após “as duas primeiras etapas — em Campo Grande e Londrina — quatro pilotos diferentes venceram representando as quatro equipes responsáveis pela preparação dos carros: Vitor Genz (RMattheis), Jorge Martelli (Team RC), Thiago Camilo (Full Time) e Léo Torres (MX Vogel).

Além de elevar o nível técnico, a mudança também fortalece o papel das equipes dentro da estrutura esportiva da NASCAR Brasil. Elas se tornam peças centrais não apenas na gestão de pilotos, mas também na evolução do desempenho em pista, ampliando a identidade e os bastidores de cada marca envolvida.

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