João Marronzinho (MX1) e Marcello Ferreira Lima (MX2), o Ratinho, conquistaram os títulos no Campeonato Brasileiro de Motocross. A última etapa foi disputada neste domingo em Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. As outras três categorias acabaram definidas nas duas etapas anteriores: Milton Becker, na MX3, em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, e Thales Villardi (85cc) e Hector Assunção (65cc) na penúltima corrida do ano, em Cianorte (PR). A prova mineira encerrou a temporada com chave de ouro, com a inscrição de 163 pilotos.
Nem o tempo feio e a garoa espantaram o público que lotou o Megaspace, uma grande área para a realização de eventos e shows. As arquibancadas estavam lotadas e as 12.000 pessoas vibravam com as disputas na pista. Mas para que a festa ficasse perfeita houve um intenso trabalho de bastidores que varou a madrugada e toda a manhã de domingo. No início da noite de sábado, logo após os treinos classificatórios, um temporal atingiu o local do evento e destruiu tendas das equipes e da organização. No domingo pela manhã o cenário era desolador: ferros retorcidos, pedaços de placas publicitárias espalhadas pelo terreno, erosões e a pista bastante danificada.
A CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo), organizadora da competição, montou uma operação de guerra e praticamente reconstruiu em poucas horas o que havia feito em quase duas semanas. Pelo menos três máquinas começaram a arrumar a pista, danificada pela enxurrada, e parte da cenografia foi refeita. Até o sistema de som, que é distribuído ao longo do circuito e das arquibancadas, ficou destruído e um trio elétrico foi improvisado. Desta vez a mãe natureza mostrou a força dela, mas o Brasileiro de Motocross não se rendeu.
MX2
A corrida mais esperada do domingo era a MX2, que tinha quatro pilotos disputando o título: Leandro Silva, Rodrigo Selhorst, Rafael Zenni e Marcello Ferreira Lima. Chegou a hora da batalha. Os quatro entram na pista e são apresentados ao público e fazem sinal para a platéia, ficam enfileirados e são aplaudidos. Em seguida colocam os capacetes e partem para a disputa. É dada a largada. João Toledo foi o melhor e sai na frente, e mantém a posição por quase duas voltas. A corrida foi se definindo e pouco depois Marcello Ferreira Lima veio conquistando posições até assumir a ponta.
Ferreira se distanciou dos adversários e levou vantagem, enquanto João Toledo ficava atrás. O destaque era Leandro Silva, que largou mal e buscou as colocações. Passou um, outro, mais um até chegar em Marcello Ferreira. Nessa altura o líder já não estava mais preocupado em arriscar em defender a posição e não impôs resistência para Leandro, que fez a ultrapassagem e recebeu a bandeirada em primeiro. Marcello Ferreira foi o segundo lugar e mesmo assim garantiu o título de 2005.
MX1
Na categoria mais forte do Brasileiro de Motocross, Roosevelt de Freitas e João Marronzinho disputavam o título da temporada 2005. Na largada, os dois se envolveram em acidentes e caíram. Depois de se recuperarem seguiram na prova, mas a classificação de ambos era no fundo do pelotão. No final, Marronzinho terminou em sexto e ficou com o título. Roosevelt acabou em décimo. “Nunca imaginei que essa corrida fosse tão fácil e tão difícil ao mesmo tempo. Foi difícil porque caímos na largada e não sabia se o Roosevelt havia conseguido se livrar da confusão. E fácil porque depois ou consegui me distanciar o o Roosevelt ficou para trás”, afirmou Marronzinho, que no tombo perdeu os óculos de proteção e fez a corrida sem o equipamento.
Enquanto os dois duelavam pelo título, a grande sensação era o mineiro Jorge Balbi, que correu a MX1 como convidado. Balbi é de Belo Horizonte e teve até torcida organizada em Santa Luzia. Ele participou do Mundial de Motocross na Europa este ano e venceu neste domingo. Quando recebeu a bandeirada, fez muita festa com torcida. Depois ainda seguiu para o motorhome, onde pessoas se aglomeravam para bater fotos, pedir um autógrafo ou simplesmente apertar a mão do “Balbinho”. Um fenômeno esse garoto.
85cc
Outra categoria que levou o público ao delírio foi a molecada da 85 cilindradas. Deni Marques conseguiu largar na frente e Thales Villardi, campeão por antecipação, não saiu bem. Mas ele não entregou os pontos e foi buscar as posições e fez várias ultrapassagens até chegar a Deni. O bote do campeão estava preparado bem em frente às arquibancadas, o que levantou o público.
E lá foi Thales para cima do líder e passou, esbanjando arrojo. Neste momento a arquibancada se levanta, aplaude… O público quer duelos emocionantes e guerra (no bom sentido). Por pouco a ousadia não deu errado, já que os dois ficaram lado a lado em um salto. Thales manteve a posição até o final. Uma vitória emocionante do campeão por antecipação. Na 65 cilindradas, Hector de Freitas fez bonito e garantiu a vitória, enquanto Nico Rocha faturou na MX3.
Classificação final do Campeonato
65cc
1. Hector Assunção – 145 pontos
2. Cézar Zamboni – 110
3. Douglas Santos – 104
4. Gustavo Vieira – 100
5. Felipe de Simoni – 98
85cc
1. Thales Villardi – 177
2. Anderson Cidade – 138
3. Lucas Cattoni – 127
4. Gustavo Pereira – 104
5. Deni Marques – 71
MX1
1. João Marrozinho – 162
2. Roosevelt de Freitas – 155
3. Douglas Parise – 127
4. Massoud Nassar – 118
5. Kristofer Florenzano – 82
MX2
1. Marcello Ferreira – 142 pontos
2. Rafael Zenni – 133
3. Rodrigo Selhorst – 115
4. Wellington Garcia – 109
5. Leandro Nunes – 86
MX3
1. Milton Becker – 150
2. Nico Soares – 111
3. Rogério Nogueira – 96
4. Cássio Garcia – 79
5. Alberto Maschio – 77