A Fórmula 1 vive uma era de transformação tecnológica, e, nessa discussão sobre o futuro do automobilismo, o brasileiro Lucas Di Grassi decidiu ir além ao apresentar um projeto totalmente original que promete redefinir os limites da engenharia. O piloto, conhecido pelo domínio técnico e pela busca constante por inovação, revelou o DGR-Lola, um supercarro elétrico criado em parceria com a tradicional fabricante britânica Lola Cars. Segundo o próprio Di Grassi, o modelo não é apenas uma visão conceitual, mas um protótipo planejado para ser construído e levado para a pista nos próximos anos.
Nas simulações realizadas no circuito de Mônaco, o DGR-Lola surpreendeu. De acordo com os dados apresentados pelo brasileiro, o carro foi 4,3 segundos mais rápido que a volta da pole position da Fórmula 1 no traçado, registrada por Lando Norris com a McLaren. Além disso, segundo as análises técnicas, o protótipo projetado por Di Grassi é até dez vezes mais eficiente que os F1 atuais naquela configuração de pista, um salto que impressionou até engenheiros experientes da Lola.
Di Grassi detalhou que o desenvolvimento foi financiado com recursos próprios, algo raro em projetos de tamanha complexidade. O supercarro combina soluções consideradas radicais, mas já viáveis com a tecnologia disponível. Entre os principais destaques está a aerodinâmica ativa e variável, capaz de se adaptar instantaneamente ao tipo de curva e velocidade, criando níveis de downforce muito superiores aos carros tradicionais. Outro componente central é o sistema de sucção biturbo, regulável de acordo com o circuito, que potencializa a aderência independentemente da velocidade, além da tração integral impulsionada por dois motores elétricos que, juntos, entregam 600 kW, o equivalente a 804 cv.

A bateria modular, que pode ser configurada conforme a demanda energética da corrida, também integra o pacote. O software, segundo Di Grassi, é baseado em plataformas abertas, permitindo que desenvolvedores externos colaborem no refinamento e evolução dos sistemas. Para o brasileiro, esse modelo colaborativo é essencial para acelerar a inovação no automobilismo elétrico.
O projeto foi finalizado com o apoio direto da Lola Cars, que disponibilizou ao piloto suas instalações de tecnologia avançada em Silverstone, na Inglaterra. O design foi modelado em CAD pela LamTec, com renderizações feitas pela Chris Paul Design. Os estudos de dinâmica de fluidos, fundamentais para validar o desempenho aerodinâmico, ficaram a cargo da Airshaper.
O piloto brasileiro, atual integrante da equipe Lola Yamaha ABT na Fórmula E, afirmou que o DGR-Lola tem um propósito maior do que apenas demonstrar velocidade. “Este projeto foi idealizado para servir de inspiração para as futuras gerações de carros de corrida elétricos”, disse Di Grassi. “Nas simulações, provamos que ele é mais veloz que os Fórmula 1, e isso usando dados reais. Meu plano agora é construir o DGR-Lola nos próximos dois anos e colocá-lo na pista o quanto antes.”
Peter McColl, diretor-técnico da Lola Cars, destacou o caráter inovador da iniciativa. Segundo ele, a marca sempre buscou explorar novas fronteiras no automobilismo, e o projeto de Di Grassi se enquadra perfeitamente nessa visão. “Apoiar o Lucas utilizando nossa expertise e nossas instalações de ponta em pesquisa e desenvolvimento foi uma oportunidade ideal. O resultado é um carro que amplia os limites do que é possível no universo dos carros de corrida elétricos, maximizando tecnologias que já existem.”
A revelação do DGR-Lola não só reforça a reputação de Di Grassi como referência global em sustentabilidade e engenharia no esporte, como também reacende a discussão sobre o próximo grande salto tecnológico no automobilismo. Se o supercarro realmente chegar às pistas, poderá marcar um novo capítulo na disputa entre máquinas elétricas e os tradicionais motores de combustão que ainda dominam a Fórmula 1.
