Muito prazer, Bruno Miloni. Quem? Bruno Miloni, 18 anos, kartista da categoria graduados A com um 5º lugar como ponto alto no Campeonato Paulista de 2004. É com essas discretíssimas credenciais que um dos inúmeros desconhecidos inscritos na corrida sonha conquistar a pole nas 500 Milhas da Granja Viana. “Estamos aqui para isso, não é? Mas se eu largar entre os 10 primeiros também valerá por uma pole”, aceita Miloni, um dos três representantes da equipe Telmo Preparações.
Depois do anúncio do novo sistema classificatório, que será colocado à prova pela primeira vez nesta sexta-feira, Miloni não é o único anônimo que anda sonhando acordado com a possibilidade de desbancar Rubens Barrichelo, Juan Pablo Montoya, Felipe Massa, Hélio Castroneves e outras estrelas internacionais. “Todo mundo só fala nisso. Já pensou derrotar esses caras? Todo mundo vai ficar de olho. Para nós, a pole agora é tão importante quanto a vitória”, comenta.
Com apenas 10 dos cerca de 300 pilotos selecionados para o Top Qualifying, no qual cada um terá direito a meia volta de aquecimento e uma lançada, as duas tomadas classificatórias de apenas 15 minutos prometem muita disputa. Cada grupo será formado por 37 karts, de acordo com a ordem de inscrição. Os cinco mais velozes de cada é que vão para o mano-a-mano que definirá o pole. “Essa idéia é excelente. Também quero ser o pole para sair na fotografia, mas isso não é o mais importante. Numa prova de longa duração, a receita ideal é a da regularidade. O kart tem de estar bom, virando tempos competitivos, mas sem exageros. Quem priorizar a velocidade estará mais sujeito a quebras”, avisa Felipe Maluhy, emergente da nova geração da Stock Car e que ganhou as 500 Milhas da Granja Viana em 1999.
Além dos elogios ao formato da tomada classificatória, Miloni e Maluhy concordam também no favoritismo da equipe integrada por Rubens Barrichello, Tony Kanaan, Felipe Giaffone e o norte-americano Dan Wheldon. “Principalmente por causa do Rubinho. O esquema deles é muito forte e o Rubinho guia demais. Por isso é que eles estão um pouco à frente dos outros”, analisa Miloni. Maluhy é outro que vê em Barrichello um fator de desequilíbrio. “Outro dia andei 10 voltas atrás dele num treino e estava tudo certinho. Quando ele me deixou passar e colou em mim, errei na primeira curva. É a tal da pressão, que ele sabe usar muito bem.”