Os carros dos sonhos estão de volta ao circuito de Jacarepaguá, pista que em diferentes épocas já recebeu a Fórmula 1, a Indy e a MotoGP. O traçado, que atualmente utiliza apenas parte do original, pode ser desativado nos próximos anos, mas segue firme no calendário das principais categorias brasileiras – entre elas o Itaipava GT Brasil. Será o último grande campeonato nacional a passar pelo Rio de Janeiro em 2011. A cidade recebe a sétima etapa da temporada neste sábado (10) e domingo (11).
Serão duas corridas ao longo do final de semana, com uma novidade histórica para o Itaipava GT Brasil. Pela primeira vez em cinco anos de categoria, haverá troca de pneus, em função do desgaste excessivo sob o calor intenso e no asfalto abrasivo do Rio de Janeiro. Mas diferente do que foi divulgado no mês passado, essa troca dos pneus, que é obrigatória, poderá ser feita dentro da parada para troca de pilotos – que existe desde que a categoria foi fundada, em 2007.
Desta forma, continua sendo necessário apenas um pit stop, mas agora com trabalho extra para as equipes no Rio de Janeiro. “Como o pit stop já existe, com mínimo de dois minutos de duração, a troca de pneus não fará muita diferença de estratégia, mas será fundamental em termos de desempenho. Isso porque o desgaste é muito grande e os carros chegariam em situação crítica se não houvesse a troca”, revela Valdeno Brito, atual campeão e líder da Itaipava GT3 em parceria com Matheus Stumpf.
Ele se diz satisfeito com a decisão porque o modelo pilotado por eles, um Ford GT, está entre os que mais sofrem com o desgaste de pneus, uma questão evidenciada em pistas até menos abrasivas em 2011. “Eu espero uma etapa difícil como sempre. Conseguimos uma vantagem um pouco maior no campeonato, mas em compensação os vice-líderes (Claudio Ricci e Rafael Derani) devem sofrer menos com o desgaste de pneus no Rio de Janeiro. Mesmo com a troca obrigatória”.
O carro utilizado pelos vice-líderes é um Ferrari F458. “E não dá para esquecer que em terceiro no campeonato está o Xandy (Negrão), que ganhou em Jacarepaguá no ano passado”, fala Valdeno Brito. As duas corridas de 2010 foram vencidas por Xandy Negrão, na época com o parceiro Andreas Mattheis. Atualmente, ele corre com o filho, Xandinho, pilotando um Lamborghini Gallardo LP600. No momento, Valdeno Brito e Matheus Stumpf têm 152 pontos no campeonato.
Claudio Ricci e Rafael Derani estão em segundo lugar com 133. “Também acho que a troca de pneus não vai influenciar tanto em termos de estratégia, porque existe um tempo mínimo de parada, isso tira eventuais vantagens de equipamento ou mesmo de treino que algumas equipes teriam, por praticar a troca de pneus em outras categorias. Mas é uma coisa a mais e sempre existe o risco de algo dar errado, de haver algum atraso, é algo que precisa de atenção total”, comenta Claudio Ricci.
O piloto, que viu os adversários aumentarem a vantagem na liderança na etapa passada, acredita que o carro estará em melhores condições no Rio de Janeiro. Representantes da equipe viajaram para a Itália para solucionar os problemas enfrentados recentemente com os amortecedores e trarão também novidades na parte eletrônica. Tudo para que Claudio Ricci e Rafael Derani possam conquistar a primeira vitória do ano. “Se o nosso objetivo é o título, precisamos começar a ganhar”.
“Acho que estaremos fortes no Rio de Janeiro. O Valdeno e o Matheus estão no segundo ano com o carro deles, enquanto nós ainda estamos em fase de evolução do nosso. Mas as duas duplas são muito fortes e agora tudo o que precisamos é começar a vencer”, acrescenta Claudio Ricci, campeão da temporada 2009 da Itaipava GT3 em parceria com Rafael Derani. Principalmente considerando que os adversários já ganharam cinco vezes em 2011.
Para esta etapa, havia também a expectativa da estreia do novo modelo Mercedes-Benz SLS AMG, que chegou ao Brasil e será pilotado por Paulo Bonifácio. Mas o carro ainda está em fase de desenvolvimento e deve fazer sua primeira corrida somente na penúltima etapa, em novembro, em Londrina (PR). Neste final de semana, Boni ainda estará com o Ford GT que divide com Juliano Moro. “Queremos mais quilometragem com o carro para estrear já em condições de vencer”, afirma Boni.
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