A Fórmula-3 Sul-Americana deve ter novos motores ainda nesta temporada de 2004. O acordo entre a Vicar, promotora e organizadora da mais tradicional categoria continental, e a Berta, importante empresa argentina de preparação de propulsores, já foi fechado e os carros da F-3 deverão usar os motores feitos especialmente para a América do Sul.
“Depois de algum tempo de negociação com o Orestes Berta acertamos o desenvolvimento do motor. O protótipo foi para o dinamômetro nesta segunda-feira e apresentou a potência adequada para os carros da F-3 Sul-Americana”, disse Carlos Col, diretor da Vicar e que já visitou a fábrica na cidade de Alta Gracia, próxima de Córdoba, na Argentina.
A previsão de entrega dos novos motores é para que os pilotos e equipes possam disputar, nas últimas três ou quatro corridas desta temporada – um torneio paralelo que dará ao vencedor um teste na Fórmula-3 Inglesa, categoria para onde se transferiram Nelsinho Piquet e Danilo Dirani, os dois últimos campeões da F-3 Sul-Americana.
“A escolha do Orestes Berta para fazer os motores foi em função da sua internacionalmente reconhecida capacidade profissional. Ele tem uma fábrica com excelente estrutura, túnel de vento de última geração, várias salas de dinamômetro e os motores feitos pelo Berta já conquistaram vitórias em todas as principais categorias continentais. Seus propulsores ganharam os cinco dos últimos sete campeonatos da TC 2000 Argentina”, completou Col.
Além do desenvolvimento especialmente feito para a F-3 Sul-Americana, os novos motores também trarão redução de custos para pilotos e equipes. Os Mugen, que equipam a maioria dos carros da F-3 e da F-3 Light, custam entre US$ 60 mil e US$ 65 mil e cada manutenção fica em torno de US$ 11 mil.
“O preço inicial de um motor do Berta será 20% do valor que as equipes pagam agora e cada manutenção cairá para cerca de US$ 1 mil. Tudo isso possibilitará a economia das escuderias que estão na categoria e a entrada de novas equipes, que precisarão de investimento bem menor para começar. Por essa questão financeira, já tenho sentido grande movimentação de pilotos uruguaios, argentinos e chilenos. Temos de ter uma F-3 com pilotos de vários países do continente”.