Depois de vencer as duas provas na abertura da Fórmula-3 Sul-Americana, realizada em Curitiba, o piloto João Barion virou o alvo de todos os adversários na categoria. Para buscar manter a liderança isolada, João fez testes terça, quarta e quinta-feiras na pista de Campo Grande, onde ele nunca correu, pois em 2004 a F-3 não esteve no autódromo da capital do Mato Grosso do Sul.
“Já fiz outros treinos em Campo Grande com o carro da Avallone Motorsports e andei bem. Gosto da pista, pois é muito técnica. Mesmo sendo travada exige muito dos pilotos”, disse Barion (Sassazaki/Marilan), que estreou na Fórmula-3 Sul-Americana em 2003, poucos dias após ter completado 16 anos, a idade mínima estabelecida pela Confederação brasileira de Automobilismo (CBA).
Apesar de ter feito 32 corridas na categoria, João Barion, de 17 anos, decidiu voltar a treinar no traçado de 3.433 metros para que ele e os integrantes da equipe Piquet Sports se conhecerem melhor. Em Curitiba, Barion não participou dos treinos livres realizados na quinta-feira e foi direto para os oficiais na sexta. Mesmo assim garantiu a pole e a quinta colocação no domingo.
“Acho que em Campo Grande o acerto aerodinâmico vai mudar um pouco com o novo e mais potente motor da F-3. Vamos ver o que acontecerá com a pista mais emborrachada”, disse Barion, que é considerado um dos favoritos para conquistar o título desta temporada.
Mesmo com a pouca idade ele demonstra grande tranquilidade ao comentar o fato de ser citado como um dos que tem maiores chances de chegar ao título. Para ele, esse tipo de pressão faz parte da carreira de todos os pilotos.
“A gente tem de aprender a conviver com isso, pois temos pressão dos patrocinadores, do público, mas eu me dou bem, pois me sinto empolgado com isso. Além do mais, estou bem mais confiante para esta segunda rodada dupla e acredito ter melhores chances do que na abertura, pois agora conheço um pouco mais o carro e a equipe e tenho evoluído bastante”.
João Barion cita outros três pilotos que considera seus maiores adversários nesta temporada. Além do vice-líder Alberto Valério e do quinto colocado Marcello Thomaz, Barion também lembra de Zeca Cardoso, seu companheiro na Piquet Sports, equipe que se sagrou campeã em 2002 com Nelsinho Piquet e em 2004 com Xandynho Negrão, hoje ambos na GP2, a categoria de acesso à Fórmula-1.
“Todos os outros três têm mais experiência do que eu. O Zeca correu em 2002 na F-3, o Valério também tem boa quilometragem com o carro e o Thomaz tem até mesmo experiência internacional, pois já correu na Fórmula Renault Européia e na F-Renault Italiana. Na minha opinião o título deve ficar entre esses quatro, mas a gente nunca sabe”, disse Barion.
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