Luiz Razia é um dos destaques da temporada

O tradicional sossego dos baianos para quase tudo não faz parte da personalidade de Luiz Tadeu Razia Filho. Ele é veloz, tem reflexos rápidos e não gosta de ver ninguém na sua frente. Com apenas 16 anos, completados no dia 4 de janeiro, Razia é considerado um dos promissores pilotos que estreará nesta temporada na Fórmula-3 Sul-Americana, que neste ano passa a fazer parte do Renault Speed Show by TIM, o maior festival de velocidade do Brasil. Razia já tem grande experiência com o carro, que tem os potentes motores Berta fabricados na Argentina. Com cerca de nove mil quilômetros de testes em praticamente todas as pistas onde a categoria irá correr, ele mostra que não tem o jeitão baiano de esperar as coisas acontecerem para, somente depois, reagir. A abertura do campeonato será no dia 13 de março, no Autódromo de Curitiba, quando a categoria vai dividir a pista com a Fórmula Renault e a Copa Clio.

Com isso, Razia tem tudo para fazer sucesso na Fórmula-3 Sul-Americana, por onde já passaram grandes nomes do automobilismo internacional como Rubens Barrichello, Christian Fittipaldi, Cristiano da Matta, Helio Castro Neves, Ricardo Zonta, Bruno Junqueira, Victor Meira, entre outros com passagens pela Fórmula-1, Fórmula Indy e IRL.

“De verdade, acho que sou o primeiro baiano a correr de Fórmula-3. Outro piloto da Bahia, mas só de nascimento, e que não participou da F-3 é o Tony Kanaan (campeão da Indy Racing League), mas ele foi criado em São Paulo. Piloto baiano mesmo, só eu!”, brinca Razia, que nasceu na cidade de Barreiras, distante cerca de mil quilômetros de Salvador.

Antes mesmo de fazer sua primeira corrida, Luiz Razia já adquiriu interessante experiência com o carro da Fórmula-3 da equipe Dragão Motorsports. Como pelas regras internacionais os pilotos só podem competir com um carro após completarem 16 anos, ainda com 15 anos, Razia, treinou em praticamente todas as pistas onde a F-3 terá suas nove rodadas duplas. Ele correu em Interlagos, Campo Grande, Brasília, Goiânia, Tarumã, além de três pistas na Argentina: Córdoba, Buenos Aires e Paraná. Ficaram faltando Curitiba, Rio de Janeiro e Santa Cruz, pista que ninguém conhece, pois ainda será inaugurada.

“Realmente, testei bastante e estou bem preparado. Meu sonho, é claro, é conquistar vitórias e ganhar o título. Vontade para isso não falta. Agora, preciso ver como vou reagir na pista, com outros pilotos ao lado e com o trânsito”, disse Razia, que se mudou para Brasília.

Antes de começar a conhecer o carro da Fórmula-3 Sul-Americana, Razia andou de kart e de autocross. Como era de se esperar, ele sentiu grande diferença entre os dois carros.

“O que mais me impressionou no Fórmula-3 foram os freios, pois a gente pode frear dentro da curva mesmo. Além do mais, o carro é bem estável, seguro, com um bom volante e não é tão pesado para virar. Este é um verdadeiro carro de corridas. Também me adaptei bem aos dados da telemetria e já conheço os desenhos e as cores dos gráficos. Leio e coloco em prática na pista”, disse Razia.

Apesar de as equipes ainda não terem definido todos os pilotos, Razia já tem em mente aqueles que devem ser seus principais adversários na briga pelo título do 19º ano da Fórmula-3 Sul-Americana.

“Acho que os dois Foizer (Gustavo e Alexandre), o Pablo Perez, o Zeca Cardoso, o Mário de Moraes e o João Barion, se confirmados na categoria, devem andar bem. Mas na verdade não estou muito preocupado com eles, pois quero aprender e continuar tirando o máximo de proveito dos treinos”.

Numa demonstração de garra, determinação e confiança na sua capacidade de guiar um carro de corrida, Razia lembra de como o povo brasileiro encara o esporte.

“Penso mesmo em lutar e vou fazer o que puder para conquistar o título, pois ninguém se lembra do segundo ou do terceiro colocado nos campeonatos. Vice, ninguém conhece!”, sentencia.



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