Já com o novo motor construído especialmente para a categoria, a Fórmula-3 Sul-Americana terá as quatro últimas corridas realizadas em Interlagos. Nos dias 16, 17, 18 e 19 de dezembro os carros da mais tradicional categoria de monopostos do continente estarão na pista da capital paulista. Na quinta-feira, dia 16, as equipes e os pilotos terão um dia inteiro para conhecer melhor os propulsores Berta, fabricados na Argentina por Oreste Berta. Na sexta está programada uma corrida, no sábado outra e domingo haverá uma rodada dupla para completar as 18 provas marcadas para a temporada de 2004.
A chegada dos propulsores feitos na Argentina especialmente para a Fórmula-3 Sul-Americana visa a reduzir os custos da categoria. Em vez de a revisão dos motores ser feita na Inglaterra, o que acontecia com os Mugen-Honda, que eram utilizados anteriormente, agora serão encaminhados para o vizinho país ou as revisões poderão ser feitas no Brasil mesmo com um kit fornecido pelo fabricante, numa grande redução e de gastos com viagem e de substituição de peças.
Esse ponto fundamental deve ajudar a categoria a ter de volta pilotos de outros países da América do Sul. Os Mugen, que equipam a maioria dos carros da F-3 e da F-3 Light, custam entre US$ 60 mil e US$ 65 mil e cada manutenção fica em torno de US$ 15 mil. Os Berta custam US$ 16 mil e a revisão básica ficará em torno de US$ 1 mil.
“Tudo isso possibilitará a economia das escuderias que estão na categoria e a entrada de novas equipes, que precisarão de investimento bem menor para começar. Por essa questão financeira, já tenho sentido grande movimentação de pilotos uruguaios, argentinos e chilenos. Temos de ter uma F-3 com pilotos de vários países do continente”, disse Carlos Col, diretor da Vicar, promotora e organizadora da F-3 Sul-Americana.
Como as quatro corridas restantes serão com o novo motor, a Vicar conseguiu junto à Codasur (Confederação Sul-Americana de Automobilismo) a homologação da Copa Berta, um campeonato à parte válido somente com os pontos das quatro corridas finais da temporada.
Desde o último sábado várias equipes da categoria estão testando o motor no Autódromo de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. O novo propulsor é mais forte do que os Honda Mugen utilizados anteriormente. Com 250 cavalos de potência, superam em cerca de 30 cavalos os que foram usados até a sétima rodada dupla realizada em Curitiba.
“O novo motor é muito bom, mais potente e confiável. Issa vai ajudar a Fórmula-3 Sul-Americana a crescer, pois os custos ficarão mais baixos. Demos cerca de 150 voltas em Campo Grande e os tempos caíram. Os motores tiveram problemas normais para um propulsor que nunca tinha ido para a pista, mas depois que os detalhes foram resolvidos, foram muito bem”, disse o piloto Alberto Valério, da equipe Cesário F3.
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