Di Grassi: “Macau tem dupla personalidade”

Não é à toa que a Fórmula 1 acompanha de perto o que acontece no Grande Prêmio de Macau de Fórmula 3, prova que acontece no próximo domingo, dia 21, no ex-território ultramarino português encravado na costa sudeste da China. Com 6.200 metros de extensão, o Circuito da Guia é considerado por muitos como o mais difícil do mundo, superando até mesmo o lendário Mônaco em termos de nível de concentração, perfeição milimétrica ao volante e coragem exigidos dos pilotos. “É uma pista de ‘dupla personalidade’”, opina Lucas Di Grassi, único brasileiro integrante do Renault Driver Development (RDD), o programa de desenvolvimento de pilotos da Renault que visa levar jovens talentos até a Fórmula 1. Di Grassi alugou um carro para conhecer a pista, na qual ele jamais competiu. “Metade dela é percorrida de pé embaixo no acelerador, estrangulando o motor. Mas essa é a parte fácil. A difícil é a sucessão de subidas e descidas, e as curvas estreitas e cegas (nas quais não se vê a saída) que percorrem ruas rodeadas por muros muito próximos. Esta parte me lembrou uma montanha-russa. Tem que ter coragem para acelerar aqui”, continua o brasileiro, que este ano fez nome no Campeonato Inglês de Fórmula 3 por sua velocidade nas tomadas de tempo.

A prova deste ano reunirá um dos melhores grids da história do GP. Além de Lucas, estarão lá os demais pilotos de F-3 do RDD. A Toyota também mandou para Macau os integrantes da Toyota Driver Academy, programa equivalente ao RDD. Além disso, o grid contará com muitos campeões de Fórmula 3 de 2004 (entre eles, Nelsinho Piquet, campeão inglês) e quatro filhos de ex-pilotos de Fórmula 1 (sendo que três dos pais foram campeões mundiais: Piquet, o australiano Alan Jones e o finlandês Keke Rosberg).

Muitos dos pilotos que fizeram sucesso na Fórmula 1 tiveram sua prova de fogo em Macau. Dois deles são simbólicos em termos de revelar a habilidade de jovens pilotos nas situações críticas oferecidas pelo traçado do Circuito da Guia. Ayrton Senna foi campeão do GP em 1983, com uma performance antológica. E Michael Schumacher venceu, em 1990, um emblemático e polêmico duelo contra seu futuro rival na F-1, Mika Hakkinen, que terminou em segundo naquela prova e que viria a se tornar bicampeão mundial. Na bateria final daquele GP de Macau, o alemão saiu-se melhor depois de uma controversa colisão contra o carro do finlandês. Hakkinen jamais o perdoou por isso. Nos dois casos, Senna e Schumacher foram campeões em Macau justamente no ano anterior à sua ascensão para a Fórmula 1.



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