Apesar de ser estreante e de estar competindo por uma equipe (Hitech Racing) que até então tinha apenas uma vitória em seu currículo, Lucas Di Grassi conquistou dois primeiros lugares no Campeonato Inglês de Fórmula 3. Mais do que isso, o desempenho de Lucas o colocou como o principal piloto equipado com motor Renault em todo o mundo, o que reforça seu vínculo com o Renault Driver Development Program, ou Programa de Desenvolvimento de Pilotos da Renault, gerenciado diretamente pela equipe de Fórmula 1 da marca francesa.
A temporada 2004 foi também marcada por outras conquistas importantes. Além de vencer já em seu ano de estréia no Campeonato Inglês, Di Grassi foi o melhor brasileiro no Marlboro Masters de Fórmula 3, competição realizada em Zandvoort, na Holanda, que reúne os melhores pilotos e equipes do mundo. Lucas também foi o melhor piloto equipado com motor Renault naquela competição: “Como estreante, este resultado foi importantíssimo”, frisa o brasileiro. “Além da importância do evento, por reunir pilotos e times de primeira linha, estiveram lá representantes de várias equipes de F-1, entre eles os da Renault”, conta Lucas, que foi bastante cumprimentado pelos representantes da escuderia de F-1 da fábrica francesa.
Di Grassi terminou a temporada da F-3 Inglesa reconhecido como um dos pilotos mais rápidos e eficientes entre os integrantes da excelente geração de 2004. Caso venha a competir na categoria novamente, em 2005, seu nome está no topo da lista de favoritos. Quando teve um carro acertado, o brasileiro sempre brigou pela pole e só não venceu mais devido a vários incidentes que lhe roubaram a chance de subir ao topo do pódio. “Na verdade, faltou um pouco de sorte. Em várias ocasiões, estive em condições de vencer”, lembra Lucas. “Fui jogado para fora da pista, levei batidas… Mas o automobilismo é assim mesmo: se fosse fácil, não teria graça”.
O futuro de Lucas agora está nas mãos dos gerenciadores do Programa de Pilotos da Renault de Fórmula 1: “São eles que vão decidir em qual categoria irei competir”, resume Di Grassi. As possibilidades apontam para as Fórmulas 3 da Inglesa e Européia, ou a nova categoria GP2, que terá sua primeira temporada no ano que vem. “Estou em boas mãos, o pessoal da Renault tem sido muito profissional comigo e sei que estão estudando boas opções para o ano que vem”, finaliza o brasileiro, que retornou ao país nesta terça-feira para rever a família e acompanhar o Grande Prêmio do Brasil como convidado da equipe Renault de Fórmula 1.
A direção do programa de desenvolvimento de pilotos da Renault informou Di Grassi que, nos próximos dias, deverá decidir sobre a participação do brasileiro nos GPs de Fórmula 3 de Macau e do Bahrein. Estas duas provas especiais devem acontecer no final de novembro, reunindo alguns dos mais importantes pilotos e equipes do mundo. “É isso aí: eles mandam, eu acelero”, comentou, em tom bem-humorado, Lucas Di Grassi.
GP de Abu Dhabi