Quatro brasileiros disputam contrato na Espanha

Eles ainda nem estrearam no automobilismo. Têm entre 15 e 18 anos de idade e tudo que fizeram na vida até hoje foi andar de kart. Bem o suficiente para desejar ir mais longe. Bem o suficiente para fazer uma montadora envolvida com a Fórmula 1 acreditar que podem chegar a tanto. Começa nesta terça-feira (3), em Valência, na Espanha, a final do BMW Scholarship, o evento que treina garotos do mundo inteiro com o objetivo de descobrir em algum deles um dom especial. A responsabilidade é mostrar tudo o que sabem. E aos olheiros cabe a missão de não perder ninguém de vista.

Os catorze que se encontram nesta decisão já passaram por uma primeira peneira. No início de agosto, foram divididos em três grupos, receberam aulas teóricas e práticas sobre o carro e a categoria e o desempenho de cada um foi observado com atenção pelo grupo de olheiros (formado inteiramente por ex-pilotos contratados pela BMW). Os resultados foram levados para a sede da montadora na Alemanha para análise e só então saiu a lista dos convidados para a decisão. Na fase final, como na primeira, há um item do regulamento que não pode ser desrespeitado em nenhuma hipótese.

Os pilotos precisam estar completamente crus, por assim dizer. Pelo menos em termos de corrida. Não é permitida a participação de quem já tenha provas de qualquer outra categoria no currículo – exceto kart, obviamente. E nesta lista de autorizados entraram quatro brasileiros. Rivais antigos, dos kartódromos de todo o país, que agora se encontram em busca de um dos contratos oferecidos no BMW Scholarship. Serão quatro escolhidos para integrar o programa de desenvolvimento de pilotos da montadora – o mesmo que levou Sebastian Vettel à Fórmula 1.

O grupo tem os nomes de Alexandre Ruiz, Felipe Nasr, Giancarlo Vilarinho e Victor Carbone. Apesar de estarem na mesma faixa etária, o mais experiente da turma é Giancarlo Vilarinho, que neste ano se dedicou exclusivamente ao programa, com aproximadamente 4 mil quilômetros de testes nos Estados Unidos e Europa. Não por acaso, registrou o melhor tempo na primeira fase, quebrando inclusive o recorde da pista para o evento, embora o cronômetro não fosse prioridade naquele momento (os olheiros estavam atentos às capacidades técnicas de cada um, não aos tempos).

Para seguir bem preparado e justificar a presença entre os favoritos, ele e seu manager, Paulo Carcasci, viajaram para Pembrey, no País de Gales, para mais uma seqüência de três dias de testes na semana passada. “Estou muito bem preparado e confiante para a final. É um prêmio que pode mudar a carreira de qualquer piloto e quero aproveitar a oportunidade que a BMW está me oferecendo. Sei que todos os classificados têm muito potencial, mas confio no meu talento e no trabalho que venho desenvolvendo para entrar no grupo dos quatro vencedores”, afirma Gian.

Se ganhar o BMW Scholarship, ele estará em contato direto com a equipe BMW Sauber de Fórmula 1, em palestras e eventos, além de receber da montadora uma quantia em dinheiro e um ano de participação no programa de desenvolvimento de pilotos, que envolve desde treinamento técnico e físico até aulas de marketing e relacionamento com a imprensa. Independente do resultado, Giancarlo Vilarinho já tem seu caminho traçado para 2008. Disputará a Fórmula BMW Norte-Americana pela equipe EuroInternational. O time é o atual campeão da categoria e comandou os testes de Gian nesta temporada.

Quem é quem no BMW Scholarship:

Alexandre Ruiz, brasileiro

Cole Mathewson, norte-americano

Daniel Zorovich, norte-americano

David Ostella, canadense

Felipe Nasr, brasileiro

Giancarlo Vilarinho, brasileiro

Gianmarco Raimondo, canadense

Ian Costa, norte-americano

Ítalo Marsano, peruano

Laurent de Ruelle, canadense

Michael Lamotte, norte-americano

Mikael Grenier, canadense

Mitchell Devison, canadense

Victor Carbone, brasileiro



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