Mohammed Ben Sulayem está prestes a garantir um segundo mandato como presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), em uma eleição que deve ocorrer sem concorrentes. O dirigente dos Emirados Árabes Unidos, deverá ser confirmado no cargo em dezembro, após uma falha no processo eleitoral ter, na prática, impedido a inscrição de outros candidatos.
De acordo com o PlanetF1.com, embora quatro nomes tenham demonstrado interesse em concorrer, os estatutos da FIA exigem que cada candidatura apresente uma lista completa de vice-presidentes representando todas as regiões do mundo: Oriente Médio e Norte da África (MENA), África, América do Norte, América do Sul, Ásia-Pacífico e dois da Europa.
O problema surgiu porque apenas um nome da América do Sul foi indicado para o Conselho Mundial do Esporte a Motor (WMSC): Fabiana Ecclestone, esposa do ex-proprietário da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, e ela já declarou apoio a Ben Sulayem. Como não há outros representantes elegíveis da região, nenhum outro candidato pode preencher esse requisito obrigatório, tornando impossível a inscrição de listas concorrentes.
“Os membros da FIA e os candidatos interessados tiveram mais de três meses, de 13 de junho a 19 de setembro, para enviar suas candidaturas ao WMSC”, afirmou um porta-voz da entidade. “Eles tiveram acesso a todas as informações e documentos necessários no site da FIA e puderam solicitar esclarecimentos para completar suas inscrições dentro do prazo.”
Com isso, Ben Sulayem deve permanecer na presidência sem enfrentar oposição direta, situação que tem gerado críticas entre alguns dos nomes excluídos do processo. Segundo a reportagem, há candidatos que consideram o resultado uma forma de ‘supressão democrática’ e estudam medidas legais para contestar o sistema.
A lista oficial de Ben Sulayem, divulgada em 10 de setembro, inclui Fabiana Ecclestone (América do Sul), Anna Nordkvist e Manuel Avino Roger (Europa), Lung-Nien Lee (Ásia-Pacífico), Rodrigo Ferreira Rocha (África), Shaikh Abdulla bin Isa Al Khalifa (MENA) e Daniel Coen (América do Norte).
O episódio expôs uma fragilidade nas regras da FIA, que determinam representatividade regional obrigatória, mas não preveem o que ocorre quando há apenas um candidato elegível em uma dessas regiões, situação que neste caso, praticamente já garantiu a reeleição de Ben Sulayem antes mesmo da votação.
