Otávio Mesquita viveu no último sábado (23) um momento inédito em sua carreira no automobilismo. O apresentador de televisão conquistou, após mais de uma década de atuação nas pistas, a primeira vitória. Foi na oitava etapa do GT3 Cup Challenge Brasil, competição desenvolvida em rodadas duplas, sempre com provas no autódromo paulista de Interlagos e que tem o grid formado unicamente por carros Porsche 911 GT3 Cup.
A vitória na primeira prova da rodada dupla foi de Luiz Zattar. Mesquita, que largou em quinto, cruzou a linha de chegada em quarto. “Segurei a onda na primeira corrida. Nas três últimas voltas, tive uma disputa muito interessante com o Antônio Valle, trocamos de posição várias vezes, foi uma briga muito limpa”, diz Otávio, citando o adversário que ficou com a quinta colocação. Ricardo Baptista e Totó Porto foram segundo e terceiro.
Na segunda prova do dia, largando em quarto, Mesquita superou Porto no “S” do Senna. “Foi uma ultrapassagem arriscada, nós quase rodamos”, lembra o piloto. Na volta seguinte, superou Baptista e deu início à perseguição a Zattar. “Ele estava uns quatro segundos à minha frente. Eu tinha economizado pneu e o carro estava muito bom, não foi tão difícil descontar a diferença. Foi aí que começou a parte mais emocionante da corrida”, avalia.
Otávio descreve com detalhes a ultrapassagem que lhe deu a liderança. “O Zattar não estava com pneus tão bons. Numa das aproximações no Laranjinha, ele freou um pouquinho antes e eu pus por fora. Fiz a curva por fora e fomos lado a lado. Na curva seguinte, quando eu freei, ele freou mais forte e passou, mas eu fiz um ‘X’ e recuperei na outra curva. Ele foi super leal, parceiro mesmo. Qualquer outro piloto teria me tirado da pista”, reconhece.
O piloto-apresentador confessa a dificuldade que teve em acreditar que a primeira vitória estava se aproximando. “Quando faltavam umas três voltas para o final, eu comecei a ficar apreensivo. Na última volta, comecei a chorar. A emoção de vencer uma corrida é indescritível, ainda mais para mim, que comecei a correr por hobby e comecei a levar a coisa a sério muito tempo depois. Aí lembrei toda a história com o Ayrton, não para segurar o choro”, conta.
A história em questão remonta a um jantar há 14 anos. “Nós estávamos no Esplanada Grill. Eu estava começando a me envolver com o automobilismo. O Ayrton se divertia com aquilo, me chamava de ‘bração’, ele era muito gozador. Eu prometi que ganharia uma corrida um dia e que ele teria que ficar segurando o meu troféu. Ele topou. Infelizmente, não está aqui, tenho certeza de que pagaria a aposta com prazer. Mas a vitória é dedicada a ele”.