A CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo) propõe o diálogo como solução para a polêmica lei aprovada pela Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, na última terça-feira, e que propõe alterações no Autódromo de Jacarepaguá. Para o presidente Lincoln Duarte, a solução seria uma reunião entre a entidade, a CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo), o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e as autoridades municipais.
“Não recebemos nenhum documento com especificações técnicas sobre as mudanças. A CBM é completamente a favor da realização dos Jogos Pan-Americanos e não queremos, de maneira alguma, impedir a realização do Pan. O que não podemos é modificar o autódromo e correr o risco de perdê-lo caso as curvas e as áreas de escape sejam alteradas”, avisou o presidente.
Lincoln Duarte destaca que Jacarepaguá é o único autódromo no Brasil homologado pela FIM (Federação Internacional de Motociclismo) para receber a etapa do Campeonato Mundial de Motovelocidade, o RioGP, que este ano está marcado para 17 de abril. “Inclusive, em fevereiro, um comissário da FIM vem ao Brasil para fazer as verificações técnicas e, caso ele não aprove, a prova pode ser cancelada”, afirmou. “Podemos ter o Pan em 2007 e perdermos o Mundial para sempre”, destaca Lincoln. A CBM organiza no Rio de Janeiro as etapas do Campeonato Brasileiro de Motovelocidade.
Lincoln lembra também que, além da etapa do Mundial, estarão em risco as provas dos calendários regional e nacional, tanto do motociclismo quanto do automobilismo. “Temos de destacar também a questão econômica. Os eventos realizados no autódromo, tanto de motociclismo quanto de automobilismo, geram vários empregos diretos e indiretos. Além disso, na época do RioGP e também das etapas da Stock Car, apenas para citar esses dois exemplos, os hotéis do Rio de Janeiro costumam ficar lotados de turistas de várias partes do mundo e também do Brasil”, diz Lincoln Duarte, ressaltando que o mercado de motocicletas no país vem batendo recordes de produção nos últimos cinco anos, sendo que em 2004 foram colocadas mais de um milhão desses veículos nas ruas.
Lincoln Duarte propõe a realização de uma reunião, o mais rápido possível, entre todos os interessados – CBM, CBA, COB e autoridades do Rio de Janeiro – para que seja encontrada uma alternativa e o autódromo mantido. “Se envolvermos todas as partes interessadas é possível encontrar alguma alternativa que não prejudique o autódromo e nem a realização do Pan 2007”, defende Lincoln.