O esporte viveu neste domingo (28) um momento que já pode ser considerado um dos maiores da história da MotoGP. Com o segundo lugar no GP do Japão, em Motegi, Marc Marquez (Ducati Lenovo Team) garantiu matematicamente seu sétimo título mundial na categoria, coroando uma das maiores histórias de superação do esporte. O espanhol ergueu a taça 2184 dias após sua última conquista, em 2019, encerrando um jejum de seis anos marcado por lesões, cirurgias e mudanças de equipe.
Desde a estreia no Mundial em 2013, Marquez mostrou ser um talento fora da curva. Com apenas 20 anos, tornou-se o campeão mais jovem da história da MotoGP, em um ano que também marcou a popularização do estilo “cotovelo no chão”, hoje característico da categoria. Entre 2013 e 2019, o espanhol conquistou seis títulos em sete temporadas, com anos de domínio absoluto, como em 2014, quando venceu as dez primeiras corridas, e em 2019, quando somou 18 pódios em 19 provas.
O início da década seguinte, no entanto, trouxe o maior desafio da carreira do #93. Um acidente em Jerez, em 2020, resultou em fratura no úmero direito e abriu um período de quatro temporadas marcadas por quatro cirurgias no braço, um longo processo de reabilitação e ainda problemas de visão dupla. O drama levou muitos a acreditarem que o espanhol poderia encerrar a carreira precocemente.
A virada começou com sua saída da Honda, em 2023. Após anos de parceria, Marquez decidiu apostar em um recomeço, primeiro na Gresini com uma Ducati satélite, e depois no time oficial da marca de Bolonha. O movimento ousado, que incluiu abrir mão de contratos milionários, provou ser decisivo. Em 2024 ele voltou a vencer corridas e, em 2025, viveu um campeonato quase perfeito, estabelecendo recordes de vitórias consecutivas e dobradinhas (Sprint e GP).
“Este título é o mais especial da minha vida. Foram anos de luta, de dúvidas e de muito sofrimento, mas nunca deixei de acreditar”, declarou Marquez, emocionado, após cruzar a linha de chegada em Motegi.
Com o título, o espanhol iguala Valentino Rossi com sete conquistas na era MotoGP, ficando atrás apenas de Giacomo Agostini, dono de oito troféus. Mais do que os números, Marquez escreve uma narrativa que mistura talento, superação e reinvenção — e que ainda promete novos capítulos, já que ele segue em plena forma competitiva.
A temporada 2025 já entrou para a história como o palco do maior retorno que a MotoGP já viu. Marc Marquez não apenas voltou ao topo: redefiniu o que significa resistir, acreditar e vencer no mais alto nível do motociclismo mundial.
Próxima Corrida
GP de Abu Dhabi
Yas Marina