MotoGP: Bagnaia se diz “com sorte” por poder correr e critica pista da Catalunha

O italiano Francesco Bagnaia foi declarado apto para a etapa da MotoGP deste final de semana no circuito Marco Simoncelli, em Misano, o GP de San Marino. Isso ocorreu quatro dias depois de o líder do campeonato de 2023 ser atropelado na região das pernas por Brad Binder, da KTM, na priemira volta do GP da Catalunha após um violento acidente na curva 2.

Sem ter grandes consequências, Bagnaia se disse contente de poder participar da corrida neste fim de semana.

“Estou muito feliz e me sinto com sorte por estar aqui”, iniciou na coletiva de imprensa oficial nesta quinta em Misano.

“Tenho que agradecer todo o trabalho que está sendo feito a nível de segurança. Penso que a evolução é a melhor do mundo em nível de proteção. Era importante estar aqui, porque é nossa corrida de casa. Não foi fácil, porque segunda-feira não foi um dia fácil, mas estávamos trabalhando duro com toda a minha equipe. Estou muito orgulhoso disso. O passo que demos desde segunda-feira é incrível. Vou continuar fazendo fisioterapia durante todo o fim de semana e acho que vou melhorar dia a dia no nível físico. Já tentei subir na moto e me senti bem.”

Bagnaia também especificou onde foram suas lesões após o acidente: “no bumbum, que é uma coisa que não vai ajudar. Estou com um hematoma no joelho direito, que foi de onde veio o impacto com a moto do Binder. Até o pé, o que dificultará o movimento adequado da perna.”

O italiano disse que sentiu a moto com problemas desde a volta 1. “Senti desde a volta de aquecimento que a aderência traseira que eu tinha era zero. Quase caí três vezes, na curva 3, na curva 9 e na curva 12. E sem forçar, porque era a volta de aquecimento. E na primeira curva perdi a traseira. Se repararem, o Jorge Martín teve que frear. Por isso tinha uma vantagem na segunda curva. Assim, à medida que me inclinei e abri mais o acelerador, perdi o controle. Estávamos a verificar os dados e ao nível da electrónica, da mecânica e do estilo de condução não cometemos erros. Estamos à espera que a Michelin analise os dados. Foi bastante difícil e bastante estranho.”

“O maior impacto foi o que tive contra o chão. Temos proteção de quadril e isso me ajudou muito. Quando eu estava deslizando, via e ouvia todas as motos. Ao ver a KTM passar por cima de mim, cruzei os dedos para que ninguém me tocasse além daquela moto. Graças ao acidente de Enea felizmente já havia cinco motos fora da corrida. O melhor trabalho foi feito pelo Jorge e pelo Brad, que controlaram melhor a situação de uma forma incrível”, disse.

Por fim, Bagnaia disse que a MotoGP não pode mais continuar correndo na Catalunha sem que a administração do circuito refaça o asfalto. “Da minha parte, penso que não podemos continuar a correr em Montmeló a nível de segurança nas próximas temporadas. O asfalto e a aderência são um desastre. É a corrida com maior número de quedas durante todo o ano, e na curva 5 parece que você está andando no gelo. Ultrapassou o limite de segurança. Isso foi outro elemento a acrescentar à lista de fatores que levaram à minha queda.”

O F1Mania.net cobre o GP de San Marino da MotoGP neste fim de semana.