Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team) voltou a sorrir no Japão. Depois de semanas duras em Barcelona e Misano, o bicampeão da MotoGP garantiu neste sábado (27) a pole position para o GP do Japão, em Motegi, numa tomada de tempos intensa e cheia de reviravoltas. Joan Mir (Honda HRC Castrol) brilhou e ficou a apenas centésimos do #63, igualando seu melhor resultado em classificação na categoria com um notável P2. Marc Márquez (Ducati Lenovo Team) completa a primeira fila em P3 e leva a disputa do título para o domingo.
O Q1 teve clima de “selva” e nomes de peso. Alex Márquez (BK8 Gresini Racing MotoGP), Franco Morbidelli (Pertamina Enduro VR46 Racing Team), o herói da casa Ai Ogura (Trackhouse MotoGP Team) e o campeão de 2024 Jorge Martín (Aprilia Racing) duelaram por duas vagas no Q2. A poucos minutos do fim, Fermin Aldeguer (BK8 Gresini) caiu na Curva 5; logo depois, bandeiras amarelas por incidentes de Brad Binder (Red Bull KTM Factory Racing) na Curva 12 e Alex Rins (Monster Energy Yamaha MotoGP) na Curva 10 congelaram as últimas voltas rápidas. Melhor para Morbidelli e Alex Márquez, que avançaram; Ogura e Martín ficaram em P13 e P17, respectivamente.
No Q2, o roteiro ganhou mais drama logo na saída dos boxes: Pedro Acosta (Red Bull KTM Factory Racing) voltou aos pits na volta de aquecimento com um problema técnico. No primeiro stint, Bagnaia ditou o ritmo à frente de Márquez e Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP). Na sequência final, uma enxurrada de parciais vermelhas embaralhou o topo. Morbidelli chegou a aparecer na pole provisória, Márquez respondeu, e então Mir disparou para P1 — por instantes. Faltando menos de 30 segundos, Bagnaia completou uma volta perfeita e “roubou” a posição de honra.
Ao cair da bandeira quadriculada, ficou definido: “segunda pole de 2025” para Bagnaia e a melhor Motegi de Mir na MotoGP, que também marca a primeira primeira fila da Honda de fábrica desde 2023. “Foi uma volta de alta precisão, no limite”, resumiu o tom da sessão, que viu diferenças mínimas entre os protagonistas. Márquez, a 0s132, selou P3 e mantém suas cartas para a corrida.
A recuperação de Acosta foi um capítulo à parte. Depois do contratempo, o #37 voltou forte no fim e assegurou P4, abrindo a segunda fila. Quartararo confirmou o bom fim de semana da Yamaha em casa com P5 — “a melhor exibição em classificação no Japão desde 2019” —, enquanto Morbidelli, sempre presente no pelotão da frente, fechou a fila dois em P6, a 0s259 da pole.
A terceira fila terá duas Honda: Luca Marini (Honda HRC Castrol) em P7 e Alex Márquez em P8, que sai com trabalho pela frente se quiser adiar qualquer celebração do rival. Marco Bezzecchi (Aprilia Racing) larga em P9, com Raul Fernandez (Trackhouse MotoGP Team) em P10, Johann Zarco (CASTROL Honda LCR) em P11 e Fabio Di Giannantonio (Pertamina Enduro VR46) em P12.
Para o domingo, o grid de largada em Motegi promete corrida estratégica e nervosa, com possíveis variações de aderência ao longo das 24 voltas. A Ducati chega forte com Bagnaia e Márquez na primeira fila, mas o ritmo mostrado por Mir ao extrair o máximo da Honda recoloca a fábrica japonesa na conversa por pódio “em casa”. Acosta, vindo de um sábado atribulado, larga com potencial de ataque logo na abertura — especialmente se conseguir tração limpa nas primeiras curvas.
Do lado da Yamaha, Quartararo parte de um sólido P5 e pode capitalizar em relargadas ou janelas de pneus. Morbidelli, que já havia “passado pelo fogo” no Q1, tem um bom ponto de partida para somar forte. E vale atenção especial à dupla da Honda HRC: “duas motos no top-7” em Motegi aumentam a expectativa de um bloco consistente na frente, algo que a torcida local certamente vai abraçar.
A largada do GP do Japão, no circuito de Motegi, terá a primeira fila com Bagnaia, Mir e Márquez — um trio estrelado que mistura momento, reação e pressão de campeonato. Se a classificação foi um aperitivo, a corrida promete entregar o prato principal: disputa roda a roda, decisões milimétricas de pneus e uma batalha tática que pode redesenhar a narrativa da temporada na MotoGP.
