MotoGP: Acosta lidera sexta em Sepang; Bagnaia e Aldeguer caem ao Q1

Pedro Acosta abriu o fim de semana do GP da Malásia no topo: o espanhol da Red Bull KTM Factory Racing registrou 1:57.559 e liderou a folha de tempos em Sepang na sexta-feira. Em uma MotoGP de ritmo embaralhado pela ameaça de chuva e por mudanças rápidas de aderência, Johann Zarco (CASTROL Honda LCR) ficou a apenas 0s019 do melhor tempo, com Jack Miller (Prima Pramac Yamaha MotoGP) completando o top-3. O enredo reservou surpresa para pesos pesados: Francesco Bagnaia, Fermín Aldeguer, Raúl Fernández e Marco Bezzecchi não entraram no top-10 e terão de disputar o Q1 neste sábado.

O roteiro começou turbulento para Acosta. O #37 sofreu uma queda inicial na Curva 10 e passou bons minutos sem cravar volta representativa. Enquanto isso, Aldeguer disparou cedo para a ponta com 1:58.279, à frente de Joan Mir (Honda HRC Castrol) e de Bagnaia. Com meia hora pela frente, Fabio Di Giannantonio (Pertamina Enduro VR46) e Luca Marini (Honda HRC Castrol) apareciam no top-5, seguidos por Álex Márquez, Bezzecchi, Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP), Zarco e Ai Ogura (Trackhouse) — todos provisoriamente no Q2.

A “bandeira de chuva” começou a pipocar em pontos do traçado e a sessão virou um vai-e-vem de posições. Álex Rins (Monster Yamaha) pulou para P5, empurrando Zarco para fora do top-10; o francês reagiu na hora e saltou a P1. Quartararo respondeu na sequência com 1:58.113 e assumiu a liderança. No meio do caos, Álex Márquez sofreu sua segunda queda do dia, desta vez na Curva 2, e despencou para fora dos dez melhores.

Faltando 12 minutos, quase todo o pelotão recolheu aos boxes. Acosta, porém, já tinha garantido uma volta para P6 “no limite do relógio”, o que empurrou Di Giannantonio para a zona de Q1. Parecia que a chuva estabilizaria o quadro — mas, a sete minutos do fim, todos voltaram à pista para uma última cartada. Álex Márquez cravou P3 sob pressão, jogando Bagnaia para P11. A resposta de Acosta foi devastadora: 1:57.559, meio segundo à frente do restante do grid naquele instante.

Bagnaia ainda tentou. Melhorou o tempo, mas ficou 0s048 fora do top-10. Zarco e Miller voltaram a encaixar voltas e consolidaram suas vagas no Q2, enquanto Pecco perdeu “quatro décimos” no último setor da última tentativa e confirmou a passagem pelo Q1 de sábado. O mesmo destino teve Aldeguer, que não reuniu os parciais ideais, assim como Bezzecchi e o vencedor do GP da Austrália, Raúl Fernández.

No fim da tarde, o top-10 de sexta-feira ficou assim:
1. Pedro Acosta (Red Bull KTM Factory Racing) – 1:57.559
2. Johann Zarco (CASTROL Honda LCR) – a 0s019
3. Jack Miller (Prima Pramac Yamaha MotoGP)
4. Joan Mir (Honda HRC Castrol)
5. Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha MotoGP)
6. Fabio Di Giannantonio (Pertamina Enduro VR46 Racing)
7. Franco Morbidelli (Pertamina Enduro VR46 Racing)
8. Pol Espargaró (Red Bull KTM Tech3)
9. Álex Márquez (BK8 Gresini Racing MotoGP)
10. Álex Rins (Monster Energy Yamaha MotoGP)

Para quem ficou de fora, a matemática de sábado é simples e cruel: será preciso terminar entre os quatro primeiros do Q1 para avançar ao Q2 e, aí sim, lutar pela pole. “Sessão imprevisível”, resumiu o paddock, diante da combinação de vento em rajadas no setor rápido, trilho de borracha alternando aderência e pequenas áreas úmidas que mudavam de uma volta para outra — exatamente as condições que ampliam a importância do aquecimento de pneus e do timing para abrir a volta rápida.

Entre os destaques, Zarco venceu a dança das condições com uma sequência forte de parciais no fim; Miller capitalizou uma Yamaha veloz em reta e estável na frenagem pesada de Sepang; e Álex Márquez mostrou resiliência para garantir o Q2 mesmo após duas quedas no dia. Já Quartararo confirmou evolução da YZR-M1 em volta lançada, enquanto Mir, consistente desde o início, sustentou o ritmo quando o relógio apertou.

O sábado promete. Com nomes do calibre de Bagnaia, Aldeguer, Bezzecchi e Raúl Fernández no Q1, a tendência é de uma repescagem “com cara de Q2”, em que uma volta limpa pode valer metade do fim de semana. Se a pista repetir o sobe-e-desce de aderência e a meteorologia flertar com pancadas isoladas, o acerto de saída dos boxes e a escolha do momento para a última tentativa devem decidir as duas primeiras filas. Por ora, Acosta deu o tom em Sepang — mas a MotoGP já mostrou que, em dias como este, liderar na sexta é só o começo do quebra-cabeça.



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.