A Moto3 abriu o fim de semana em Mandalika com Angel Piqueras (FRINSA – MT Helmets – MSI) em evidência. Em um “sexta-feira” cheia de incidentes, o espanhol marcou 1:37.503 e terminou o dia no topo, encaminhando um sábado de Qualificação em que precisa seguir forte na briga do título. “Não vai desistir sem lutar”: Piqueras chega à Indonésia como perseguidor direto e tratou de ditar o ritmo desde o início.
A volta de Piqueras ficou 0s098 à frente de Maximo Quiles (CFMOTO Gaviota Aspar Team). O espanhol da Aspar, porém, sofreu um highside violento na Curva 7, já nos três minutos finais, e foi encaminhado ao centro médico para avaliação — a equipe aguarda liberação antes do TL3 e de o Q1/o Q2 neste sábado. Jose Antonio Rueda (Red Bull KTM Ajo) foi o terceiro colocado e mantém a matemática do campeonato a seu favor: chega a Mandalika 93 pontos à frente e mira sair com 100 ou mais para poder decidir a taça no domingo.
Quem apareceu bem no bloco da frente foi Adrian Fernandez (Leopard Racing). O espanhol foi o melhor piloto Honda do dia em quarto, logo à frente de David Muñoz (LIQUI MOLY Dynavolt Intact GP), que havia sido o mais rápido no TL1 e confirmou velocidade em volta lançada também no TL2. Em seguida vieram os dois da LEVELUP – MTA: Joel Kelso em sexto e Matteo Bertelle em sétimo, ambos com trechos finais competitivos quando a pista “encaixou”.
David Almansa (Leopard Racing) fechou o TL2 em oitavo numa tarde movimentada. No penúltimo trecho do circuito, salvou uma traseirada e, no efeito dominó, acabou derrubando Alvaro Carpe (Red Bull KTM Ajo). Mesmo com o infortúnio, Carpe manteve o nono lugar na cronometragem. O top-10 teve ainda o herói local Taiyo Furusato (Honda Team Asia), consistente e veloz em ritmo de classificação.
O dia também foi marcado por uma sequência de quedas. Logo nas voltas iniciais, Valentin Perrone (Red Bull KTM Ajo) e Luca Lunetta (SIC58 Squadra Corse) foram ao chão juntos na Curva 11. Lunetta retornou à pista, mas não conseguiu registrar volta válida; Perrone, por sua vez, não voltou. No mesmo ponto do traçado, Cormac Buchanan (DENSSI – BOE Motorsports) também caiu. Estreante na categoria, Zen Mitani (Rivacold Snipers Team) sofreu um highside na Curva 7 — incidente de característica semelhante ao de Guido Pini (LIQUI MOLY Dynavolt Intact GP) no TL1. Pini ainda teve uma segunda queda, na Curva 16; saiu ileso, mas, com as voltas comprometidas, deverá passar pelo Q1.
No balanço técnico, Mandalika ofereceu aderência variável e rajadas de vento que mudavam o comportamento das motos no último setor. Nesse cenário, Piqueras fez a diferença ao casar aquecimento de pneus com volta limpa quando o asfalto estava no seu melhor. Quiles, até a queda, aparecia como principal ameaça, especialmente nas parciais de média velocidade. Rueda, por sua vez, foi cirúrgico: sem arriscar além da conta, cravou tempos sólidos suficientes para largar a Qualificação em posição de controle.
Para o sábado, a leitura do pitlane é clara: a janela para baixar tempos estará no fim do TL3 e no início de o Q1/o Q2, quando a borracha da pista estabiliza e o vento tende a reduzir. A disputa por vácuo na reta também deve ser decisiva — Mandalika premia quem chega forte ao último setor e administra a frenagem final.
Resumo do top-10 na sexta-feira (TLs combinados):
1. Angel Piqueras – 1:37.503
2. Maximo Quiles +0s098
3. Jose Antonio Rueda
4. Adrian Fernandez
5. David Muñoz (mais rápido no TL1)
6. Joel Kelso
7. Matteo Bertelle
8. David Almansa
9. Alvaro Carpe
10. Taiyo Furusato
Com a classificação embolada e a lista de incidentes alta, o sábado promete ser imprevisível. Piqueras larga como favorito à pole, Quiles dependerá do “ok” médico após a queda, e Rueda mira uma primeira fila que pode encurtar o caminho rumo ao título. O roteiro da Moto3 em Mandalika ganhou contornos de decisão — e cada milésimo vai contar.
